A bandeira de Le Pen contra a desintegração de uma Europa corroída pela crise capitalista e a desastrosa hegemonia rentista-ortodoxa, é resgatar a única comunidade que conta ao extremismo conservador, 'a comunidade nacional'.
Como na França, a extrema-direita avança a passos largos também na Hungria, onde magnetiza a classe média e os pobres com a proposta de abandonar o euro para salvar o país do ajuste ortodoxo que o esmaga.
Na Espanha, a direita e a extrema direita estão de volta ao governo após o fiasco de uma social-democracia indistinguível do conservadorismo ortodoxo; o mesmo ocorre em Portugal, sempre com o beneplácito da esquerda dividida e colonizada pelo credo dos mercados autorreeguláveis.
Tudo isso já aconteceu antes na história de modo muito semelhante. E não deu em boa coisa.
A liçao serve também a governos progressistas de nações em desenvolvimento: a crise requer lideranças assertivas, dotadas de projetos claros e de respostas encorajadoras, que alimentem a confiança e a esperança da sociedade no futuro da democracia, da igualdade e do crescimento. Ou ela buscará abrigo em outros valores. Mais que nunca, vale o ditado: em política não existe vácuo, nem cadeira cativa.
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