segunda-feira, 31 de maio de 2010

TUCANO JOGA CONTRA A INTEGRAÇÃO

por Mario Augusto Jakobskind
Estamos em clima de Copa do Mundo, mas nem por isso podemos esquecer o que se passa por aqui e pelo mundo. A campanha eleitoral ainda não chegou a pegar fogo. Tivemos apenas um trailer do que vem por aí. Os meios de comunicação elegeram apenas três candidatos para apresentar. Os demais, entre os quais Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, figura histórica com participação ativa até antes de 64, um marco negativo da história brasileira, são redondamente ignorados. Independente do juízo de valores fica mal para o jornalismo esse tipo de cobertura.

Mas antes de passarmos a bola para a seleção de Dunga, vale a pena assinalar um fato grave partido de um dos candidatos à Presidência da República. Em entrevista para uma rádio carioca, o tucano José Serra não fez por menos em matéria de relacionamento com os países vizinhos. Gratuitamente, tentando fazer média com eleitores desavisados, o pré-candidato (todos são teoricamente pré até as convenções partidárias) demo-tucano acusou o governo boliviano de Evo Morales de “cúmplice do tráfico” de cocaína no Brasil.

A irresponsável declaração do ex-governador de São Paulo se deu quando ele falava sobre a criação de um ministério para área da segurança pública de combate, entre outros crimes, ao tráfico de drogas. Já foi comentado aqui neste espaço que se trata de uma declaração do tipo para enganar os incautos, até porque o tema em questão está afeto ao Ministério da Justiça e não necessita da criação de nada de especial, pois o que existe dá conta do recado.

A declaração de Serra sobre a Bolívia, com a complementação de que o governo Morales faz “corpo mole” no combate ao tráfico, é totalmente inverídica e só pode ser entendida como uma provocação barata à integração sul-americana, em processo adiantado de desenvolvimento no governo Lula.

Ao contrário do que afirmou Serra, o governo boliviano tem intensificado o combate ao narcotráfico, mas não se sujeita às pressões estadunidenses neste campo. Claro, se dependesse de Serra e seus correligionários, o Brasil nesta altura do campeonato estaria aceitando passivamente os desejos do Departamento de Estado e Pentágono, inclusive de transformar as Forças Armadas em um mero departamento de polícia para combater o tráfico. É a vocação histórica dos tucanos, como acontecia no anterior governo subserviente de Fernando Henrique Cardoso, na prática seguir o que manda quem ocupa a Casa Branca.

No mês de julho a campanha presidencial estará ocupando maiores espaços midiáticos e desta vez o tema política externa vai fazer parte do cardápio. Serra já adiantou alguns pontos de sua agenda, inclusive afirmando em alto e bom som que se fosse presidente do Brasil não iria a Teerã ou receberia a visita de Mahmoud Ahmadinejad. Agradaria sobremaneira a Madame Clinton. Foi uma indicação clara de que faria exatamente o que Washington determina, seja em relação ao Irã, como Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e Cuba.

Outro ponto da questão externa tem sido as constantes declarações de Serra sobre o Mercosul. Já demonstrou concretamente que joga contra a integração da América, falar contra o Mercosul é apenas o reforço desse ponto de vista.

Mas os leitores se enganam se imaginam que a direitização de Serra se limita à política externa. O candidato da aliança PSDB, Demo e PPS (o partido dos ex-comunistas que viraram linha auxiliar dos seguidores de Washington) recentemente, falando sobre a questão dos portos, algo vital para o desenvolvimento de qualquer país, abriu o jogo ao afirmar que se for Presidente vai extinguir a Secretaria Especial de Portos, que vitalizou o setor. Sabem o motivo? É a concepção de desenvolvimento defendida pelo tucanato entreguista, que não coloca os portos como peças fundamentais para o país.

Na verdade, com palavras sofisticadas, Serra e sua gente defendem a privatização dos portos brasileiros, como tentaram em outras ocasiões através de mentiras e manipulações da informação, como no caso do porto de Paranaguá, medida impedida pelo então governador Roberto Requião. Certamente que o referido porto corre novamente perigo se os paranaenses elegerem um governador das fileiras tucanas ou da patota dos Democratas, que já estiveram no governo com o farsante Jaime Lerner. Farsante é todo aquele político que em campanha diz uma coisa e ao ser eleito faz exatamente o contrário.

É importante recordar esses fatos, para se ter uma idéia de como gira a política brasileira ao longo dos anos. O exemplo do Paraná repetiu-se em outros Estados. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Estado transformou-se num pântano político. Basta citar os nomes dos três candidatos a governador a ser escolhido no próximo dia 3 de outubro: Sergio Cabral, Garotinho, Fernando Gabeira.

É preciso dizer mais alguma coisa?





domingo, 30 de maio de 2010

Serra e o problema com os números

DIA DA BONDADE 2010

Planeta Voluntários apoia – DIA DA BONDADE 2010
Ação transforma feriado em Dia da Bondade.
 Quinta feira dia 03 de Junho de 2010, feriado de Corpus Christi, será também o Dia da Bondade – uma mobilização da TV Tarobá e Super Muffato para arrecadar donativos nas cidades de Londrina, Foz do Iguaçu, Campo Mourão ,Cascavel e Toledo.
        A Campanha não recebe doações em dinheiro. O objetivo é arrecadar roupas, agasalhos, calçados, cobertores e alimentos. Tudo será entregue ao Provopar, o único responsável pela distribuição. Cerca de 400 entidades serão atendidas em todo Paraná.
        O Dia da Bondade é realizado desde 1987. Todo o quadro de funcionários da TV Tarobá e dos hipermercados Super Muffato doa um dia de serviço para ajudar quem precisa. Serão ao todo cerca de 1300 voluntários. Toda a programação local (TEMPO QUENTE, VITRINE, BRASIL URGENTE, PRIMEIRA HORA etc) vai ao ar direto do posto central de arrecadação, este ano o Super Muffato da Duque de Caxias em Londrina e da mesma maneira nas demais cidades. Serão doze horas no ar – sensibilizando, pedindo, instigando doações. Nos espaços de coleta, haverá atrações extras. Shows e brincadeiras para que o Dia da Bondade seja uma data festiva.
Na última edição em 2009, foi arrecadado somente em Cascavel 241.720 peças de roupas, 18.413 pares de calçados, 7.563 quilos de alimentos; 2.780 brinquedos; quase dois mil cobertores e vários eletrodomésticos. No total chegamos a aproximadamente 214 toneladas de doações, um número recorde comparando a campanha 2009 com os anos anteriores.

Para este ano as expectativas são ainda melhores, teremos shows, atrações diversas, brincadeiras e a cobertura ao vivo deste evento em todas as cidades que compõem o Dia da Bondade e ainda o mais importante: “A participação em massa das comunidades, para que mais uma vez centenas de pessoas e várias entidades recebam as doações e com isso ganhem um pouco mais de carinho e conforto”.

SEJA VOCÊ TAMBÉM UM VOLUNTÁRIO NESTA CORRENTE DO BEM... PARTICIPE!
Apoio: Planeta Voluntários
Dia da Bondade / 3 de Junho de 2010
http://www.diadabondade.com.br
" Aqueles que tomam, no final perdem; mas aqueles que dão, ganham eternamente. Esta é uma regra que o Universo nunca quebra." (Douglas M. Lawson)

sábado, 29 de maio de 2010

Aquela "revista" da "Abril", agora, elogia Marina Silva

Veja elogia Marina Silva.
Você ainda tem dúvidas dos porques?

Um pouco antes do que se previa, começou a campanha para evitar decisão no primeiro turno
A avaliação dos caras é que a Marina pode atrair eleitores de uma seara em que Serra não tem acesso, no eleitorado de Dilma.
Vejam só a chuva de elogios para cima de quem, pela sua história e características pessoais, foi ridicularizada a vida toda nesses domínios classistas onde hoje é promovida.
Marina fará um serviço útil aos demotucanos, tal qual a Heloisa Helena, com a vantagem de falar mal do governo Lula, elogiar FHC e tudo isso sem pregar a revolução.
Até outubro, o PiG pintará uma Marina mais popular que Madonna, mais bonita que Giselle, mais inteligente que Simone de Beauvoir, mais competente que o Serra, mais durona que a Dilma e mais sindicalista que o Lula...
Passada a eleição a descartarão como lixo (não reciclável), tal qual fizeram com a Heloísa Helena.
Confira aqui http://veja.abril.com.br/020610/jovem-moderno-marina-p-174.shtml a íntegra do artigo da Veja.
Enviada por Almir Américo, às 12:11 29/05/2010, de São Paulo, SP

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sr Deputado, há 7 anos a PEC 438 espera a sua aprovação!!


A ‘GUERRA DAS MALVINAS' DE SERRA


A ‘GUERRA DAS MALVINAS' DE SERRA
O que há de comum entre: a) a ofensiva de Serra contra a Bolívia; b) a 'guerra das Malvinas', iniciada pela ditadura argentina em 1982; c) o 'Plano Cohen' -- falso levante comunista denunciado pelo integralismo em 1937, para justificar o golpe do Estado Novo; d) o 'Pacto ABC', inventado pela UDN em 1954, sobre suposta aliança Vargas-Perón para implantar um cinturão de repúblicas sindicais na AL; e) a 'Carta Brandi', forjada por Carlos Lacerda em 1955 como prova da ‘conspiração de caudilhos' para impor um poder sindical ao país'?
(Carta Maior responde: esses fatos refletem momentos de isolamento desesperado dos interesses conservadores, que buscam num suposto inimigo externo a legitimidade que falta a seus planos de poder)

Eventos Nacionais e Internacionais do Terceiro Setor em 2010


Eventos Nacionais e Internacionais do Terceiro Setor em 2010
        -  Feiras -  Congressos -  Conferências - Cursos – Simpósios  -

Agenda fornecida por Planeta Voluntários.  

- Programa GLOBAL CHANGEMAKERS 2010
http://www.britishcouncil.org.br

- Campanha – Dia da Bondade 2010
http://www.diadabondade.com.br


- Campanha dos 60 anos AACD/SP
http://www.aacd.org.br

- I Simpósio do Terceiro Setor da Região Sul

- Simpósio - Perspectivas do Brasil frente aos desafios da Sustentabilidade

- FIBOS- Feira Internacional para o Intercâmbio das Boas Práticas Socioambientais

ReciclAção - Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação & Tecnologia Ambiental.

- ECO Business 2010 / Feira e Congresso Internacional 2010

- Congresso Internacional de Responsabilidade e Sustentabilidade Socioambiental

- Prêmio Empreendedor Social de Futuro/2010
www.uol.com.br/empreendedorsocial
Apoio: Planeta Voluntários
"A melhor maneira de melhorar o padrão de vida está em melhorar o padrão de pensamento." ( U. S. Andersen )
Gay Talese, sexo, internet
por Julio Daio Borges
do Digestivo Cultural
Em entrevista ao jornal El País, Gay Talese atribui a exploração dos escândalos sexuais à influência das mulheres na imprensa e explica por que não dá tanta atenção aos blogueiros e jornalistas que atuam na internet:

"― Tuvimos una revolución sexual y gracias a eso ahora tú puedes vivir con tu novio sin estar casada, pero si tienes un lío fuera del matrimonio... ¡Mira la que se ha armado alrededor de Tiger Woods y sus amantes! ¡Como si él las hubiera obligado a acostarse con él!

― No entiendo muy bien...

― Lo que quiero decir es que la llegada de las mujeres a la prensa y a otras posiciones de poder ha convertido los escándalos sexuales en noticia.

― ¿Cómo dice?

― Sí, cuando yo trabajaba en The New York Times todos los jefazos tenían líos sexuales, pero no se hacían públicos. Y todos sabíamos que el presidente Kennedy tenía muchas amantes, pero a nadie se le ocurría escribir sobre ello. La vida sexual de la gente no era noticia.

― Pero... ¿no será que la prensa simplemente ha descubierto un nuevo filón económico?

― No, lo que ha cambiado es que las mujeres también toman decisiones. Está claro que los poderes conservadores también hacen su parte pero sin duda la entrada de la mujer en el mundo laboral ha redefinido lo que es noticia.

― Yo no le echaría la culpa a las mujeres...

― Yo no les echo la culpa, eso lo has dicho tú. Sólo digo que su influencia en la prensa y en el mundo legal ha cambiado ciertas cosas.

― O sea, que ¿no le parece bien que se persiga por ejemplo al ex fiscal Spitzer por acostarse con prostitutas después de promover una ley contra los clientes?

― Sí, de eso me alegro. En muchos casos merecen ser noticia, pero no creo que la prensa deba erigirse como defensora de los códigos de moralidad sexual. No le corresponde. Y me parece mal que las leyes condenen la actividad sexual de la gente que mantiene relaciones con consentimiento mutuo. Obviamente, que se destapen los abusos sexuales de la Iglesia lo veo muy bien, pero eso es diferente.

La conversación vuelve a dirigirse hacia el periodismo, en concreto hacia Internet. 'Los periodistas han sido absorbidos por las nuevas tecnologías y ahora su trabajo está dirigido a personas como ellos, con educación digital. No salen de ese círculo, no están en la calle, no conocen a gente nueva y no descubren nada. Por eso, si no entro en Internet, no me pierdo nada', dice reacomodándose en el sillón y ofreciendo a la periodista otro vaso de vino ― un error de cálculo, habría que haberle pedido un martini... ― mientras él bebe agua en copa.

Pese a sus opiniones negativas sobre el mundo digital, Talese considera que el periodismo que se hace hoy es mejor que el de décadas anteriores. 'Como están amenazados por la crisis, reporteros y empresas trabajan bajo presión, están obligados a dar lo mejor de sí porque corren el peligro de hundirse, así que lo que llega a los periódicos es muy bueno. Los blogueros son demasiado vagos para dejar de mirar sus ordenadores, pero siempre hará falta un buen periodista que mueva el culo y salga a la calle a escuchar a la gente, a mirar el mundo real, y a escribir sobre él'.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

José Serra se irrita com pergunta e reclama da TV Brasil, que responde

G-20: mais do mesmo?


Cândido Grzybowski*
A grande crise financeira, que estourou em 2008, ressurge com violência, agora com o epicentro na Europa, ameaçando a construção da própria unidade monetária baseada no euro. Por trás de tudo, um ataque à própria ideia de União Européia, com sua proposta de região e solidariedade entre povos, que permitiu avanços monumentais. Descobrimos, mais uma vez, que, em um mundo interdependente, ninguém escapa. As tais forças do mercado contaminam e corrompem tudo quando governos aceitam ser conduzidos por elas. Aliás, os agentes do mercado – bancos, financeiras, fundos – viram conselheiros dos próprios governos, como na Grécia, e montam o desastre, mas não pagam a conta. Pior, o próprio projeto de região solidária e da moeda única ficou contaminado quando os principais governantes europeus aderiram à onda neoliberal.

Não é a intenção abordar o lado “cassino” da globalização neoliberal, promotora da financeirização desregulada e sem limites das últimas décadas. O fato é que a economia real, os governos e a qualidade de vida dos povos estão em jogo. Os altos e baixos, as bolhas e seus estouros, as quebradeiras, todo esse mundo financeiro em crise tem por trás um conjunto de crises articuladas que mostram a insustentabilidade do modo como nos organizamos, produzimos e vivemos. O que interessa é se perguntar até quando a humanidade vai tolerar e sofrer com este estado de coisas. Por onde vamos começar a inverter as tendências destrutivas de hoje, reveladas nesta “crise de civilização”? Mais imediatamente, onde e quando fixaremos limites ao livre mercado, aos especuladores, aos operadores do “cassino global”?
Os governos parecem começar a acordar. Mas, nos últimos dois anos de crise aberta, o que fazem é a transferência da conta da crise do mercado para o Estado, socializando as perdas e buscando repor as coisas no lugar, sem mudar verdadeiramente. Faltam novas políticas e governos comprometidos com o bem comum público, apontando para mudanças substantivas no modelo de desenvolvimento e organização da economia.
De toda forma, a principal mudança deve ocorrer na arquitetura do poder mundial e no resgate de sua função reguladora, de forma democrática, para quebrar a lógica cassino e o poder destrutivo da globalização puxada pelo livre mercado. Mudanças geopolíticas são visíveis e mais aceleradas no contexto de crise, como se os velhos países dominantes econômica e militarmente já não tivessem o monopólio das soluções. O multilateralismo, de forma ainda capenga, volta a merecer atenção.
Mas o que esperar disso tudo? Tomemos o G-20, até aqui a principal novidade no enfrentamento da crise. Novidade? Ou apenas ampliação do G-8 para fazer o mesmo e deixar de fora, sem papel significativo no poder mundial, os outros mais de 170 países? O G-20 parece, definitivamente, feito para nada mudar e, acima de tudo, não mudar no modo de decidir e gerir o mundo. Trata-se de um clube fechado de governantes, pouco inclinado a ser público, a ser aberto às demandas da sociedade. As suas reuniões, até aqui, não foram tão repressivas como as do G-8, cada vez mais longe das pessoas e sob forte proteção policial. Mas, definitivamente, não têm o mínimo de transparência e democracia. O convite aos grandes executivos de conglomerados econômicos e financeiros privados não dá legitimidade democrática ao clube do G-20.
No entanto, seus debates e decisões podem nos afetar, e muito. A chanceler alemã Angela Merkel acaba de organizar, em Berlim, dias 19 e 20 de maio, uma conferência internacional sobre a regulação do mercado financeiro. Fora as autoridades financeiras, só executivos de grandes grupos foram convidados a participar das discussões. Nenhuma abertura para as organizações da sociedade civil, como se não fosse um assunto de extremo interesse e onde a emergente cidadania planetária vem acumulando enorme expertise (o Fórum Social Mundial é exemplo disso).
A conferência em Berlim visa preparar a próxima cúpula do G-20 em Toronto, Canadá, em junho. Dado a sua composição e formato, nada de substantivo é de se esperar em termos de taxação das transações financeiras mundiais e de enfrentamento dos paraísos fiscais, os tentáculos do “cassino global”. Enquanto isso, continuaremos sendo inundados por notícias sobre a necessidade do sacrifício das condições de vida na Grécia, Espanha, Portugal, Irlanda e até Inglaterra, para que os “mercados” se sintam mais confortáveis. Nos países do grande Sul do mundo, já conhecemos o desastre. O sistema como um todo precisa de ajuste estrutural para valer, tendo a preocupação com o bem estar e os direitos humanos fundamentais para todos os povos. Para começar, precisamos evitar buscar soluções onde não estão. A solidariedade entre os povos e a criação de movimentos cidadãos irresistíveis ainda são a principal força de empuxe para um outro mundo.
*Sociólogo e diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase).
Texto publicado na Agência Carta Maior, em 18/5/2010.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Por um ar mais limpo, incentivo à ciclofaixa


Divulgação Ippuc / Projeção do Ippuc para a ciclofaixa da Marechal Floriano: sem data para implantaçãoProjeção do Ippuc para a ciclofaixa da Marechal Floriano: sem data para implantação
meio ambiente
Via Gazeta do Povo

Por um ar mais limpo, incentivo à ciclofaixa

Curitiba receberá recursos para aumentar em 87% a malha destinada às bicicletas; Marechal Floriano terá pista exclusiva
Publicado em 25/05/2010 | Themys Cabral
Um acordo firmado entre o Banco Mundial e a Associação Nacional de Transportes Urbanos (ANTP) vai permitir um investimento de US$ 8,5 milhões em projetos de transporte sustentável em São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba. O objetivo é tentar reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Para a capital paranaense serão destinados US$ 2,1 milhões. Uma das principais intervenções planejadas na cidade com o recurso é a implantação de uma ciclofaixa na Avenida Marechal Floriano Peixoto, no trecho entre a Linha Verde e o terminal do Carmo.
De acordo com o superintendente da ANTP, Marcos Bicalho, Belo Horizonte já assinou o convênio na última semana. Curitiba deve formalizar o acordo nesta semana e, na sequência, será a vez de São Paulo. “Esses recursos não resolvem o problema de transporte nessas cidades, mas, desenvolvendo o trabalho, esperamos que rebata em outras ações. É um empurrãozinho para resolver o problema”, define.
Investimentos
Curitiba receberá US$ 2,1 milhões em projetos para diminuir a emissão de poluentes:
1º eixo: US$ 900 mil
Implantação da ciclofaixa na Avenida Marechal Floriano Peixoto, entre a Linha Verde e o Terminal Carmo, e ciclovias próximas ao corredor Boqueirão.
2º eixo: US$ 300 mil
Consultorias de detalhamento do Plano Cicloviário e nove projetos piloto de integração por meio de vias destinadas a bicicletas.
3º eixo: US$ 900 mil
Projetos de desenvolvimento do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM) e implantação de um sistema de vulnerabilidade climática.
Segundo Bicalho, os recursos não serão repassados diretamente aos municípios. “O Banco Mundial repassa o recurso para nós em forma de doação e nós passamos para os municípios em forma de produtos e serviços”, explica. As cidades beneficiárias do programa foram escolhidas pelo próprio Banco Mundial.
Em Curitiba, os US$ 2,1 milhões serão repartidos em três eixos. O primeiro eixo consiste na implantação de uma ciclofaixa na Avenida Marechal Floriano Peixoto e em ciclovias próximas ao corredor do Boqueirão. No segundo eixo, consultorias ajudarão a detalhar o plano cicloviário de Curitiba. Em fase de finalização, o projeto pretende aumentar de 100 para 187 quilômetros a malha destinada a bicicletas na cidade. “Vamos trazer expertise de fora para ajudar a detalhar o plano: escolher o tipo de via, o traçado, o padrão”, afirma o engenheiro do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) Assis Francisco Anastácio. Neste eixo serão estudados também a implantação de projetos piloto que permitam integrar diferentes regionais por meio das vias destinadas a bicicletas.
O terceiro eixo de investimento inclui o desenvolvimento do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM) – que pretende, entre outras ações, implantar 600 semáforos inteligentes na cidade – e a elaboração de um sistema de vulnerabilidade climática. “Esse sistema vai permitir prospecções em um horizonte de 100 anos, avaliando possíveis pontos de enchentes e previsão do tempo”, explica Anastácio.
Em relação ao SIM, os recursos serão aplicados em estudos de consolidação, integração, especificação de equipamentos e capacitação de funcionários para operar o novo sistema. Além disso, o Ippuc pretende adquirir um software de microssimulação de trânsito. “Se estivermos projetando um novo cruzamento, por exemplo, poderemos fazer uma simulação antes de implantar”, diz Anastácio. De acordo com o engenheiro, a prioridade é o SIM, já que a implantação propriamente dita do sistema já está dentro do PAC da Copa. “Os trabalhos devem começar até outubro”, diz. Para a ciclofaixa da Marechal Floriano, porém, não há previsão. “Precisamos integrar com o cronograma da prefeitura de revitalização da avenida”, diz.

Garzón vai assessorar Tribunal Penal Internacional


via Carta Maior
O juiz espanhol punido por buscar a verdade dos crimes do franquismo está de mudança para Haia. Assessorará Luís Moreno Ocampo, procurador que atuou no julgamento das Juntas Militares da Argentina, em 1985, e atual procurador no Tribunal Penal Internacional. Em diálogo com o Página12, Moreno Ocampo explicou por que há dois tipos de vítimas: os torturados e assassinados e as famílias que não podem saber toda a verdade do que aconteceu.
A parábola vai se completar nesta semana: o juiz que quis investigar o que se passou com as vítimas do franquismo começará a trabalhar com o procurador que há 25 anos acusou os verdugos argentinos.

“Há muitos anos que necessito da ajuda de Baltasar Garzón”, disse Luis Moreno Ocampo ao Página12. E depois de esclarecer que não pode opinar sobre a Justiça espanhola, desliza uma ironia: “e agora tenho tempo”.

Moreno Ocampo é procurador no Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia. Não é a mesma corte que falhou na decisão sobre Botnia e o o Rio Uruguai. É a Corte criada em 1998 pelo Estatuto de Roma, para investigar crimes contra a humanidade e a paz e que começou a funcionar quando 60 Estados ratificaram o Estatuto, em 2002. Uma de suas primeiras medidas práticas foi designar um procurador e pedir-lhe que montasse uma procuradoria. Esses são o cargo e o trabalho de Moreno Ocampo.

Garzón será seu colaborador depois que o Conselho Geral do Poder Judiciário da Espanha concedeu autorização na última sexta-feira. Ele está suspenso desde que o Tribunal Supremo deu lugar a acusações apresentadas por organizações franquistas e neo-franquistas irritadas porque Garzón se declarou competente para investigar os detalhes da morte de milhares de pessoas, entre 1939 e 1975, protagonizadas pela a tirania de Francisco Franco

Como você sabe, o governo espanhol esteve de acordo com que Garzón viesse para a Corte – disse Moreno Ocampo . Isso sem prejuízo do que o caso que hoje pesa sobre ele possa se desenvolver, visto que ninguém é culpado até que se prove o contrário.

Página12 - Em que Garzón irá ajudá-lo?

MO – Ele tem uma grande experiência com a diversidade de casos que enfrentou nos últimos 20 anos. Sabe como investigar as relações entre poder político e criminalidade e entre finanças e criminalidade. Não o sabe em teoria, apenas. Ele o fez. Investigou o financiamento do ETA e as relações com Henri Batasuna, investigou os paramilitares dos GAL1, o fundamentalismo islâmico, Augusto Pinochet...Conversamos muitas vezes sobre esses temas. Já havia lhe pedido ajuda uma vez, quando fomos juntos a Colômbia para colaborar com o desenvolvimento do sistema nacional de investigações penais sobre crimes massivos.

(*) Moreno Ocampo foi o procurador adjunto de Julio Strassen no processo dos comandantes da ditadura, em 1985.

MO - Em 85 a Argentina fervia e a discussão era se julgar era adequado ou não. O que aconteceu é extraordinário, porque hoje o país não está dividido em função desse tema, mas de matizes. O julgamento das Juntas teve um efeito muito importante. Estabeleceu claramente como tinha sido a história. O julgamento esclareceu o passado e a Argentina, inclusive com todos os vai-e-vens que viveu depois, consolidou-se. Hoje a democracia é tão natural como a dos Estados Unidos ou da Europa; aí está, é parte do ar que se respira. Alguém disse que os bons desenhos demonstram sua efetividade quando são invisíveis. É o que se passa com a democracia argentina.

Página12 – Você não quer falar da tramitação judicial sobre Garzón, mas pode opinar sobre um fato relacionado com a situação espanhola: o direito das vítimas e seus familiares de saber o que se passou versus a lei de anistia de 1977.

MO – Já há leis, jurisprudência e consenso a respeito de que as normas locais não se podem opor aos tratados internacionais. Já quando trabalhamos nas Juntas convidamos a Louis Joinet, relator especial das Nações Unidas, que explicou os diferentes aspectos da Justiça.

Página12 – Joinet sempre sustentou que saber o que aconteceu é também um direito coletivo.

MO – Exatamente. Eu me somo às palavras dele. Há duas formas de ser vítima. Por um lado, os torturados e assassinados. Por outro, as famílias que nunca tiveram informação. Se não sabem o que aconteceu, as famílias dos desaparecidos são vítimas permanentes. Sempre me lembro que, vários anos após as Juntas, encontrei-me com o pai de Inés Olleros, uma jovem sequestrada e desaparecida. Um dia ele me disse: “Eu não acredito que a assassinaram, mas meu coração guarda sempre uma cota de esperança”. Ele me contou que umas semanas antes alguém lhe havia dito que sua filha estava num hospital para doentes mentais de Caleta Olivia. Viajou até Santa Cruz e viu a cara das internas. Uma por uma. A única forma de acabar com essa incerteza é saber. Quando ainda não se podia julgar os crimes da ditadura, a Câmara Federal de La Plata organizou audiências públicas para estabelecer a verdade do que ocorreu com as vítimas e para que seus familiares, essas outras vítimas, ficassem sabendo.

Sete anos, sete julgamentos

A Camara de La Plata autorizou o Juizo pela Verdade em 1998. Sua resolução foi simples: “Declarar o direito de todos os familiares das vítimas dos abusos do Estado ocorridos no governo de fato de 1976-1983 de conhecer quais foram as circunstâncias de sua desaparição e qual o destino de seus restos mortais”. A investigação avançou velozmente pela dinâmica da justiça e o trabalho sistemático dos organismos de direitos humanos. Quando fosse possível julgar mais uma vez, boa parte da prova já estava produzida durante o Juízo pela Verdade.

Instalado em Haya há 7 anos, Moreno Ocampo aproveitou a experiência argentina de uma procuradoria montada do zero, em 1984.


MO – Há sete anos me nomearam. Com sete andares vazios. Tinha uma conclusão: o Julgamento das Juntas foi muito bom porque começou pelas cabeças. Como eu faria para montar uma procuradoria? Como conseguiria prender chefes de Estado e assegurar os julgamentos? Havia chegado a um critério: poucos julgamentos e processados de alta hierarquia. O desafio era duplo. Por um lado, construir a estrutura de uma instituição pensada para durar séculos. Por outro, investigar crimes massivos que estavam ocorerndo.

Página12 – O que fez com a primeira tarefa?

MO – Tenho 300 pessoas trabalhando em 70 países.

Página12 – E com o segundo desafio?

MO – Processei os chefes de Uganda e do Congo e ao presidente do Sudão. A Corte tem três julgamentos em andamento. A realidade, além disso, apresenta novos problemas a cada dia. Por exemplo, cada país da Europa que intervém em conflitos fora do continente deve respeitar as normas européias de direitos humanos. Quais são as normas para o Reino Unido no Afeganistão?

Parte das 300 pessoas são alguns juristas especializados. Moreno Ocampo contratou Catharine MacKinnon, da New York University, que trabalhou pela primeira vez com o conceito de coação sexual. Também com o argentino Juan Méndez, conselheiro do Secretário Geral das Nações Unidas para a prevenção de genocídios.

Baltasar Garzón, andaluz de Jaén, 54, será o novo membro da equipe.

“Necessitamos de gente da mais alta qualidade possível”, explica Moreno Ocampo.

A vendeta espanhola produziu uma parábola e, ademais, um paradoxo: melhorou a qualidade de um tribunal dedicado à justiça sem fronteiras por ter posto uma fronteira na justiça.

Tradução: Katarina Peixoto

segunda-feira, 24 de maio de 2010

FILOSOFIA DO LINCHAMENTO, por Mário Augusto Jakobskind

Ao contrário do que afirmam histericamente lideranças da direita e a mídia brasileira, a mediação do Brasil e da Turquia para o encontro de uma solução pacífica para a questão nuclear iraniana é louvável. Fica difícil de mensurar se a reação ao acordo foi pior da parte dos Estados Unidos ou da mídia conservadora. 

A agressividade de Madame Clinton deixou claro que Washington, pressionado pelo lobby sionista e pelo complexo industrial militar, não quer negociar coisa alguma, mas apenas enquadrar o Irã e tentar de todas as formas se intrometer em assuntos internos de um país soberano. A China e a Rússia contraditoriamente, uma vez que num primeiro momento apoiaram as gestões dos países emergentes, decidiram apoiar a proposta dos EUA no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

E como fica agora depois que a agência Reuters divulgou informação segundo a qual o Presidente Barack Obama 15 dias antes da assinatura do acordo tinha estimulado Lula a tentar a negociação? Será que Obama não manda e foi desautorizado por Madame Clinton, pelo complexo militar e pelo lobby sionista?

O papel subserviente da mídia conservadora é deveras lamentável. A TV Globo, por exemplo, foi ouvir em Israel um extremista de direita do governo Benyamin Netanyahu com tom ameaçador contra Teerã e entrevistou um cidadão israelense dizendo que ele era iraniano. O cidadão pode ter nascido no Irã, mas abdicou da nacionalidade iraniana para se tornar israelense e defender o ideário nacionalista de direita do sionismo, uma deturpação do judaísmo.

No noticiário da madrugada da Globo, seguindo a pauta do Departamento de Estado norte-americano foi convocado para desancar sobre Lula e Celso Amorim o “analista” Arnaldo Jabor, que com as suas gracinhas de sempre chegou a falar da “infiltração comunista” no Itamaraty. Lamentável e vale uma indagação: a quem o senhor Jabor está servindo? Os outros canais não foram diferentes no furor contra o acordo.

Editorial do jornal O Globo, em tom agressivo, com o título “Anatomia do fracasso da política externa”, não poupou Lula com o objetivo de incutir em seus leitores que o Presidente brasileiro deu “vexame”, como entenderam os articulistas do periódico. No mesmo dia, em matéria paga, um obscuro pastor, de uma obscura entidade pentecostal denominada Associação Vitória em Cristo, considerava o acordo Brasil-Irã “uma vergonha”. Os grupos pentecostais hoje na matriz EUA ou por aqui são radicais defensores do sionismo e defendem ações ainda mais violentas contra o Irã, em conformidade com os dirigentes israelenses que estão loucos por uma aventura bélica contra o Irã.

Voltando a O Globo, o furor do jornal de hoje contra Lula, Dilma Roussef, Hugo Chávez, Cristina Kirchner, Ahmadinejad, e o posicionamento histórico contra Raúl e Fidel Castro me fez recordar os anos 80, mais precisamente o primeiro governo de Leonel Brizola no Estado do Rio Janeiro.

Nesse sentido, o competente jornalista Pinheiro Júnior, ex-editor do caderno cidade de O Globo contou, em uma recente reunião do Conselho Deliberativo da ABI, que o então diretor de redação do referido jornal, Evandro Carlos de Andrade, cobrava diariamente dos jornalistas matéria contra Brizola. Pinheiro disse que a chefia de reportagem, conhecendo a política do jornal tomava providências para sempre haver notícias ou reportagens contra o governador do Estado do Rio, principalmente sobre os Cieps. Mas quando não havia nada, Evandro Carlos de Andrade não fazia por menos e deixava claro: “Te vira, arranja alguma coisa contra Brizola, porque o doutor Roberto (Marinho) quer”.

Entendo ser importante mencionar o fato, não só porque agora em junho fazem seis anos da morte de Brizola, como também porque a filosofia de O Globo não mudou. Uma semana antes da morte de Brizola, o diretor executivo de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, culpava o político trabalhista pela violência no Rio.

Hoje, Brizola não está mais na pauta de O Globo, tendo sido substituído por Lula e demais líderes mundiais acima mencionados. Como resposta, as entidades da sociedade civil brasileira, ABI, OAB, Clube de Engenharia, para ficarmos em algumas, deveriam se empenhar, como foi sugerido aqui no Direto da Redação por Mair Pena Neto, em apresentar os nomes de Lula e do Primeiro-ministro turcoTyyiq Erdogan para o Prêmio Nobel da Paz. Seria uma forma de corrigir o que aconteceu o ano passado quando Barack Obama, hoje mais interessado na guerra (Iraque, Afeganistão e pressão contra o Irã) do que na paz propriamente dita, foi o premiado.

Em suma, quer queiram ou não Madame Clinton, as Organizações Globo e os grupos pentecostais, países emergentes como o Brasil e Turquia demonstraram na prática que através do diálogo e das negociações, a paz ainda é possível. Mas se prevalecer à vontade de Madame Clinton que representa os falcões, a paz ficará distante.

Ah, sim: todo cuidado é pouco, pois o Departamento de Estado pode querer colocar as mangas de fora contra o governo Lula em função do posicionamento brasileiro pela paz. Historicamente, sucessivos governos estadunidenses sempre agiram de forma golpista contra quem não aceita as suas exigências.

Ação transforma feriado em Dia da Bondade.

 Quinta feira dia 03 de Junho de 2010, feriado de Corpus Christi, será também o Dia da Bondade  uma mobilização da TV Tarobá e Super Muffato para arrecadar donativos nas cidades de Londrina, Foz do Iguaçu, Campo Mourão ,Cascavel e Toledo.

         A Campanha não recebe doações em dinheiro. O objetivo é arrecadar roupas, agasalhos, calçados, cobertores e alimentos. Tudo será entregue ao Provopar, o único responsável pela distribuição. Cerca de 400 entidades serão atendidas em todo Paraná.
         O Dia da Bondade é realizado desde 1987. Todo o quadro de funcionários da TV Tarobá e dos hipermercados Super Muffato doa um dia de serviço para ajudar quem precisa. Serão ao todo cerca de 1300 voluntários. Toda a programação local (TEMPO QUENTE, VITRINE, BRASIL URGENTE, PRIMEIRA HORA etc) vai ao ar direto do posto central de arrecadação, este ano o Super Muffato da Duque de Caxias em Londrina e da mesma maneira nas demais cidades. Serão doze horas no ar  sensibilizando, pedindo, instigando doações. Nos espaços de coleta, haverá atrações extras. Shows e brincadeiras para que o Dia da Bondade seja uma data festiva.
Na última edição em 2009, foi arrecadado somente em Cascavel 241.720 peças de roupas, 18.413 pares de calçados, 7.563 quilos de alimentos; 2.780 brinquedos; quase dois mil cobertores e vários eletrodomésticos. No total chegamos a aproximadamente 214 toneladas de doações, um número recorde comparando a campanha 2009 com os anos anteriores.

Para este ano as expectativas são ainda melhores, teremos shows, atrações diversas, brincadeiras e a cobertura ao vivo deste evento em todas as cidades que compõem o Dia da Bondade e ainda o mais importante: “A participação em massa das comunidades, para que mais uma vez centenas de pessoas e várias entidades recebam as doações e com isso ganhem um pouco mais de carinho e conforto”.

SEJA VOCÊ TAMBÉM UM VOLUNTÁRIO NESTA CORRENTE DO BEM... PARTICIPE!
Apoio: Planeta Voluntários
Dia da Bondade / 3 de Junho de 2010
" Aqueles que tomam, no final perdem; mas aqueles que dão, ganham eternamente. Esta é uma regra que o Universo nunca quebra." (Douglas M. Lawson)

sábado, 22 de maio de 2010

Os interesses do império e os nossos, por Mino Carta.




Mino Carta 


Ao ler os jornalões na manhã de segunda 17, dos editoriais aos textos ditos 
jornalísticos, sem omitir as colunas, sobretudo as de O Globo, me atrevi a 
perguntar aos meus perplexos botões se Lula não seria um agente, ocidental e 
duplo, a serviço do Irã. Limitaram-se a responder soturnamente com uma frase 
de Raymundo Faoro: “A elite brasileira é entreguista”. 


Entendi a mensagem. A elite brasileira aceita com impávida resignação o 
papel reservado ao País há quase um século, de súdito do Império. Antes, foi 
de outros. Súdito por séculos, embora graúdo por causa de suas dimensões e 
infindas potencialidades, destacado dentro do quintal latino-americano. Mas 
subordinado, sempre e sempre, às vontades do mais forte. 


Para citar eventos recentíssimos, me vem à mente a foto de Fernando Henrique 
Cardoso, postado dois degraus abaixo de Bill Clinton, que lhe apoia as mãos 
enormes sobre os ombros, em sinal de tolerante proteção e imponência 
inescapável. O americano sorri, condescendente. O brasileiro gargalha. O 
presidente que atrelou o Brasil ao mando neoliberal e o quebrou três vezes 
revela um misto de lisonja e encantamento servil. A alegria de ser notado. 
Admitido no clube dos senhores, por um escasso instante. 


Não pretendo aqui celebrar o êxito da missão de Lula e Erdogan. Sei apenas 
que em país nenhum do mundo democrático um presidente disposto a buscar o 
caminho da paz não contaria, ao menos, com o respeito da mídia. Aqui não. Em 
perfeita sintonia, o jornalismo pátrio enxerga no presidente da República, 
um ex-metalúrgico que ousou demais, o surfista do exibicionismo, o devoto da 
autopromoção a beirar o ridículo. Falamos, porém, é do chefe do Estado e do 
governo do Brasil. Do nosso país. E a esperança da mídia é que se enrede em 
equívocos e desatinos. 


Não há entidade, instituição, setor, capaz de representar de forma mais 
eficaz a elite brasileira do que a nossa mídia. Desta nata, creme do creme, 
ela é, de resto, o rosto explícito. E a elite brasileira fica a cada dia 
mais anacrônica, como a Igreja do papa Ratzinger. Recusa-se a entender que o 
tempo passa, ou melhor, galopa. Tudo muda, ainda que nem sempre a galope. No 
entanto, o partido da mídia nativa insiste nos vezos de antanho, e se arma, 
compacto, diante daquilo que considera risco comum. Agora, contra a 
continuidade de Lula por meio de Dilma. 


Imaginemos o que teriam estampado os jornalões se na manhã da segunda 17, em 
lugar de Lula, o presidente FHC tivesse passado por Teerã? Ele, ou, se 
quiserem, uma neoudenista qualquer? Verifiquem os leitores as reações 
midiáticas à fala de Marta Suplicy a respeito de Fernando Gabeira, um dos 
sequestradores do embaixador dos Estados Unidos em 1969. Disse a ex-prefeita 
de São Paulo: por que só falam da “ex-guerrilheira” Dilma, e não dele, o 
sequestrador? 


A pergunta é cabível, conquanto Gabeira tenha se bandeado para o outro lado 
enquanto Dilma está longe de se envergonhar do seu passado de resistência à 
ditadura, disposta a aderir a uma luta armada da qual, de fato, nunca 
participou ao vivo. Nada disso impede que a chamem de guerrilheira, quando 
não terrorista. Quanto a Gabeira, Marta não teria lhe atribuído o papel 
exato que de fato desempenhou, mas no sequestro esteve tão envolvido a ponto 
de alugar o apartamento onde o sequestrado ficaria aprisionado. E com os 
demais implicados foi desterrado pela ditadura. 


Por que não catalogá-lo, como se faz com Dilma? Ocorre que o candidato ao 
governo do Rio de Janeiro perpetrou outra adesão. Ficou na oposição a Lula, 
primeiro alvo antes de sua candidata. Cabe outro pensamento: em qual país do 
mundo democrático a mídia se afinaria em torno de uma posição única ao 
atirar contra um único alvo? Só no Brasil, onde os profissionais do 
jornalismo chamam os patrões de colegas. 


Até que ponto o fenômeno atual repete outros tantos do passado, ou, quem 
sabe, acrescenta uma pedra à construção do monumento? A verificar, no 
decorrer do período. Vale, contudo, anotar o comportamento dos jornalões em 
relação às pesquisas eleitorais. Os números do Vox Populi e da Sensus, a 
exibirem, na melhor das hipóteses para os neoudenistas, um empate técnico 
entre candidatos, somem das manchetes para ganhar algum modesto recanto das 
páginas internas. 


Recôndito espaço. Ao mesmo tempo Lula, pela enésima vez, é condenado sem 
apelação ao praticar uma política exterior independente em relação aos 
interesses do Império. Recomenda-se cuidado: a apelação vitoriosa ameaça vir 
das urnas. 







Presidente de Conselho da ONU liga para parabenizar Lula




O presidente do Líbano, Michel Sleiman, que ocupa a presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) até o final do mês, telefonou nesta sexta-feira (21) para parabenizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo acordo com o Irã.

Na última segunda (17), Lula, o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, e o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciaram um acordo que prevê a entrega pelo Irã de urânio levemente enriquecido à Turquia. Em troca o país receberia em até um ano combustível nuclear.

Segundo o Planalto, Sleiman e Lula conversaram por cerca de cinco minutos, durante os quais “trocaram opiniões” sobre a questão do programa nuclear do Irã e as sanções que o Conselho de Segurança estuda aplicar ao país de Ahmadinejad.

O governo brasileiro é contrário à aplicação de punições ao Irã e afirma que o acordo que prevê a troca de combustível é uma “vitória da diplomacia”. No entanto, potências internacionais alegam que os iranianos querem “ganhar tempo” para evitar uma nova rodada de sanções, que deve ter como alvo os bancos iranianos, além de criar um regime de inspeção de navios suspeitos de transportarem itens ligados aos programas nuclear e de mísseis do país. O Líbano também é contrário a sanções, mas não tem poder de veto no Conselho de Segurança, pois ocupa vaga rotativa.

Nesta quinta (20), Lula criticou o fato de os países ricos, principalmente os Estados Unidos, discutirem punições depois de o Irã ter aceitado um acordo. Segundo Lula, “tem gente que não sabe fazer política se não tiver inimigo”. “Há quanto tempo vocês veem essa briga entre Irã e o Conselho da ONU, os Estados Unidos e o Irã? O que eles queriam? Que o Irã sentasse e fizesse um acordo. Fomos ao Irã e conseguimos depois de 18 horas de reunião que o Irã fizesse aquilo que o Conselho de Segurança queria que fosse feito há seis meses. E é engraçado que muitas pessoas não gostaram que o Irã aceitasse o acordo”, criticou.

Pelo tratado anunciado pelos líderes dos três países, o Irã se compromete a enviar à Turquia em um mês 1.200 quilos de urânio baixamente enriquecido para receber em troca, um ano depois, urânio enriquecido a 20 por cento para alimentar um reator de pesquisas médicas em Teerã. Nesta sexta, segundo a agência estatal iraniana de notícias, Irna, o Irã enviaria à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU uma carta oficial sobre os termos do acordo de intercâmbio de material nuclear.




Fonte: Terra

Via: Portal Vermelho

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A questão migratória dos EUA

por Eliakim Araújo
Direto da Redação

Não posso deixar de voltar à questão migratória nos EUA que ganhou novos lances esta semana e está tomando um caráter plebiscitário. Como pesquisas de opinião pública, mais de uma, revelam que quase 60% dos entrevistados são favoráveis a aplicação de leis mais severas contra imigrantes indocumentados, os políticos estão pegando carona nesses números e tomando partido em relação ao tema.

Alguns até mudando de opinião, como o republicano John McCain, ex-candidato à presidência e que concorre à reeleição para o Senado. McCain, outrora aliado do falecido senador Ted Kennedy na luta por uma reforma migatória amplamente favorável aos imigrantes, agora mudou de lado e anunciou seu apoio à lei assinada pela governadora do Arizona, que transforma a imigração ilegal em crime.

Na Flórida, o republicano que disputa a indicação para o governo do Estado, o procurador-geral Bill McCollum, declarou seu apoio à lei do Arizona e admitiu que a mesma deveria ser adotada em seu Estado, contradizendo declaração que fez duas semanas antes quando considerou “extrema” a lei assinada pela governadora daquele Estado.

Por trás das declarações de políticos que traíram a causa do imigrante, está a oposição republicana ao governo Obama, a quem acusam de não proteger as fronteiras norte-americanas e não resolver o problema da imigração.

Na direção oposta, aumentou o número de cidades importantes do país que decidiram oficialmente boicotar comercialmente o Estado do Arizona. Antes já tinham se manifestado pelo boicote as cidades de San Francisco e Oakland, na Califórnia, e Saint Paul, no Minnesota. Desta vez , foi a importante Los Angeles, quando a Câmara de Vereadores votou por 13 a 1 a favor do boicote.

Indiferente à pressão, os políticos do Arizona esticaram a corda um pouco mais esta semana. Baixaram um decreto que elimina do currículo escolar dos cursos elementar e secundário o ensino da matéria “estudos étnicos”, que ensinava às crianças a história de outras culturas, principalmente a hispânica, e sua influência na formação da sociedade americana. Segundo as autoridades do ensino no Estado do Arizona, esses estudos promovem o ressentimento de outros grupos e leva à luta de classes. E ainda pregam “a destruição do governo dos Estados Unidos”. Um deles chegou ao cúmulo de afirmar que os “estudos étnicos ensinam aos estudantes latinos que eles são uma minoria oprimida”.

Como se vê, o clima está esquentando e este é um ano eleitoral. O tema será obrigatório nas campanhas e os candidatos terão que se posicionar contra ou favor de uma solução decente para os 12 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente nos EUA. Observando a postura de cada um estará a comunidade hispânica, a maior minoria do país, que representa quase 20% da população do país. Por isso mesmo, pode-se dizer que as eleições para a renovação da Câmara Federal e parte do Senado terão um caráter plebiscitário em relação à questão da legalização dos imigrantes.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Conhecimento e bom-senso, sobre Energia Nuclear e Irã

Sempre tive uma certa bronca com a imprensa, de um modo geral, quando trata-se da discussão de algum assunto específico que recomende um conhecimento técnico mais apurado, pois na maioria das vezes o que vemos, ouvimos ou lemos, a respeito de certos temas, acabam levando as pessoas leigas, nesse assuntos e aí somos maioria, à conclusões desacertadas.
Creio que faltam especialistas nas redações e um outro ramo de atividade que parece-me pecar por esta falta, é o Direito.
Mas, deixando a profundidade de lado, quanto à generalidade do assunto e partindo para um específico e desarmado de convicções políticas e 'futebolísticas', se me entendem, vejam as impressóes do Professor Luis Pinguelli Rosa sobre o tema Urânio-Irã.
Uma aula de conhecimento específico e de bom-senso!!
Divirtam-se...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Hillary elogia carga tributária brasileira


Agencia Estado
13/05/2010 08h50 - Atualizado em 13/05/2010 09h22
País vive 'boom' de crescimento e reduz desigualdade, diz secretária.

Países da América Latina têm que aumentar arrecadação, afirma.

Agencia Estado
Hillary Clinton fala em evento em abril na EstôniaHillary Clinton fala em evento em abril na Estônia
(Foto: Virginia Mayo/AP)
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, elogiou nesta quarta-feira (12) a alta carga tributária brasileira e deu a entender que o regime tributário do Brasil é um exemplo a ser seguido pelo resto da América Latina. No país, a carga tributária está em cerca de 38% do Produto Interno Bruto (PIB) e é alvo de críticas.
"Se você olhar para a arrecadação de impostos em relação ao PIB no Brasil, é uma das mais altas no mundo - então não é por acaso o Brasil estar vivendo um boom de crescimento e reduzindo a desigualdade", disse Hillary em discurso na Conferência das Américas, diante de ministros das relações exteriores e empresários da região. Segundo a secretária de Estado, "essa é uma política adotada há várias décadas [no Brasil], com grande comprometimento, e que está funcionando".
Hillary disse ter conversado com vários chefes de Estado e de governo no hemisfério sobre a necessidade de aumentar as receitas dos governos - "uma outra maneira de dizer necessidade de aumentar impostos", ela esclareceu. "Para muitos outros países da região, a relação entre arrecadação de impostos e PIB é uma das mais baixas do mundo, isso é insustentável."
Empresários presentes acharam as observações da secretária de Estado inusitadas. "Estou perplexo. Como é que alguém elogia a alta carga de impostos do Brasil?", questionou um empresário brasileiro.
Até o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, sentiu-se compelido a comentar as declarações "inesperadas" de Hillary. "A secretária Hillary Clinton afirmou que uma das vantagens do Brasil é ter uma alta arrecadação de impostos - isso não é necessariamente visto dessa maneira pelo público brasileiro", disse Patriota. "Muitos no Brasil acreditam ser necessário simplificar os impostos e esse será um desafio para o próximo presidente", disse.