domingo, 30 de janeiro de 2011

O estado das universidades brasileiras

Maurizio Ferrante (*)
texto extraído do Carta Maior


Depoimento de um experiente leitor de quadros de avisos

Uma fonte de informações interessantes do estado atual da academia é representada pelos quadros de avisos de universidades. Entre anúncios tipo - aluga-se vaga em república feminina, vendem-se bicicleta com 12 marchas, geladeira semi-nova e um Gol 1998 em bom estado - aparecem chamadas vagamente relacionadas com estudo e carreira; por exemplo, avisos de palestras e cursos. 

Um tema que vem aparecendo mais e mais nos quadros de aviso, mas também em jornais e revistas que de vez em quando se ocupam de educação e afins, é o empreendedorismo. Assim mesmo: com dois ‘és’. Todos nós sabemos do que se trata: uma atitude independente e corajosa, que pressupõe espírito de iniciativa, destemor ao risco e, por fim, conhecimento técnico, atitudes “manageriais” e um bocado de ambição.

Com minha longa experiência de quadros de aviso de universidades posso atestar que nossa juventude está sendo bombardeada por mensagens que endeusam a tal atitude. Os recipientes são estudantes das engenharias e ciências da computação, como também físicos, químicos e biólogos. Não consigo me livrar da impressão de que as mensagens carreguem a silenciosa premissa de que seguir uma carreira acadêmica ou fazer carreira, primeiro em chão de fábrica e depois em atividades mais estratégicas, seja próprio dos menos capazes. Talvez esteja sendo injusto, mas é o que implica a adjetivação utilizada, que recobre de méritos o engenheiro (ou químico, ou físico...) empreendedor, e lhe aponta como inevitável o sucesso de sua pequena empresa, invariavelmente de base científica e com grande carga de inovação. 

Em torno dessa idéia, a partir de 1984 começam a nascer os parques tecnológicos, que hoje no Brasil são mais de duzentos (na minha cidade tem dois), alimentados por diversos tipos de financiamento; CNPq, Secretaria de Ciência e Tecnologia dos Estados, etc., e cujo desempenho – perdas e ganhos – nunca foi apresentado aos pagadores de imposto. Notável é a ausência quase que completa de capital de risco provindo de grandes empresas ou mesmo de investidores pessoas físicas. 

Sabemos que o tempo presente é a era dos serviços, natural sucessora da era da indústria, e o empreendedorismo, alardeado como a vocação dos mais capazes, passou a formar um mercado per se, sobre o qual se pode ganhar dinheiro. Isso levou à proliferação de parques tecnológicos, incubadeiras de novas empresas e entes do tipo, que logicamente necessitam de presidentes, diretores e administradores, perpetuando-se assim o ciclo do existo porque existo e quero continuar existindo. Das empresas amparadas por esses Parques e incubadeiras sabe-se pouco, e as perguntas que se colocam são: qual a taxa de mortalidade – Suíça ou de terceiro mundo? Qual o peso econômico das empresas? Qual o seu nível tecnológico médio? 

Lembro-me de quando visitei a Feira de um desses Parques, e surpreso me deparei com o estande de uma (hoje falida) fábrica de tratores exibindo o seu já então vetusto produto. Naturalmente há exceções, e muitas, e pontos de vista diferentes, mas a intenção deste artigo não é tanto discutir os prós e contras do empreendedorismo no plano econômico ou no de formador de estruturas tecnológicas consistentes, como de levantar questões sobre o efeito que esse pesadissimo marketing da carreira possa ter sobre os estudantes.

Os apelos ao empreendedorismo deixam de mencionar que uma empresa de base tecnológica depende do aparecimento de uma idéia que não surge do ar, mas é pacientemente garimpada entre princípios científicos, experimentos e, principalmente, conhecimento de causa. Lembro que em uma eleição passada, o mote que acompanhava um dos candidatos era “deixe o homem trabalhar”. Eu adaptaria essa frase aos estudantes universitários (e secundaristas também): “deixem o estudante estudar em paz”. Sem o distrair continuamente com palestras de empreendedorismo, ou de como elaborar um curriculum vitae, escrever uma patente, e coisas do tipo. Tudo isso está sendo ministrado antes do tempo, e os que seguem essa sereia (porque é mais fácil ouvi-la do que espremer o cérebro sobre um texto de termodinâmica) acabam perdendo a oportunidade de se preparar melhor e fundamentar melhor suas idéias, que aí sim serão criativas.

A falta de engenheiros no Brasil é muito grande; formamos 30.000 profissionais por ano, pouco se comparado com a China – 400 mil; Índia – 250 mil, e Coréia do Sul – país pequenino com 50 milhões de habitantes que forma 80 mil engenheiros. A urgência é grande, e uma meta da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – órgão do MEC) é a evolução daqueles 30 mil para 40 mil nos próximos três anos. Esses números dão razão à CNI (Confederação Nacional da Indústria) que prevê um excesso de 150 mil vagas em setores técnicos. 

Mas além da questão quantitativa, há a qualitativa: José Roberto Cardoso diretor da Escola Politécnica da USP faz notar que "... só um entre quatro engenheiros possui formação adequada...”. De fato, dependendo de como se contam há 1.087 cursos no país, dos quais a metade em escolas particulares, e uma olhada nas notas do ENADE dessa metade explica as palavras do professor.

Se ainda por cima desviamos antes do tempo um porcentual de estudantes desse mercado, e o distraímos com falsas e anti - tempo preocupações, não estamos colaborando muito com a solução dos problemas, estamos?

(*) Professor do Departamento de Engenharia de Materiais, na Universidade Federal de São Carlos.

Mídia e movimentos sociais - Um exemplo


Ai, galera,

Segue para reflexão....Nem sei se eu concordo com a pauta dos lojistas, ou 
se sou contra, mas fiquei chocado com um texto da folha de sao paulo, muito, 
mas muito tendencioso.... segue como reflexao de como a mídia trata os mov. 
sociais, eles nem sequer explicam o pq do protesto direito. Em outra, que 
falam sobre o protesto. Falam sobre o projeto de revitalização de um bairro 
e falando que tem um grupo contra, chama o protesto de tumulto e usa um jogo 
de "palavras brilhante", pra defender o governo de SP, aquele que gosta de 
dar umas porradinhas nos professores, e criminalizar qq tipo de 
manifestação, ainda que seja de lojistas (classe média). Uma das 
manipulações mais bem elaboradas das que tenho visto nos jornais 
ultimamente. 
vai ai o link 




Daniel Nunes
Brasília-DF
 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

The Beatles come to town - RARE 1963 (color)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Paradigmas Midiáticos da Impar$ialidade (ou porque a Globo bate tanto no Horto)

Paradigmas ou padrões reconhecíveis e o caos se alternam na natureza. 

Em uma análise dos padrões, ou melhor,  no estudo do "sistema" que se caracteriza por uma configuração própria definível, complexa ou não, mas de forma repetitiva identificável como pertencente ao sistema analisado. 

O sistema midiático brasileiro não é exceção. Desde os primórdios do que chamamos de imprensa (e atualmente de "mídia") suas características sistemáticas se mantém coerentes com suas premissas. 

Esse "Domínio Midiático", tanto no sentido de "campo" quanto no sentido de "controle" mantém suas variáveis constantes, como por exemplo, no que concerne seu devido uso em benefício prórpio por seus donos e associados. 

Aqui, obviamente, o benefício financeiro é também traduzido como poder político e vice-versa. 

Tem sido assim no Brasil a partir de  1808  com o jornal Correio Brasiliense editado em Londres pelo 
maçom-diplomata-jornalista Hipólito da Costa e desde de 1825 com o 1o diário editado na América Latina, o Diário de Pernambuco, de propriedade do poderoso advogado e temido político Francisco Rosa e Silva. 



Desde de então, sem exceções, o poder político-finaceiro de seus "barões" e "coronéis" tem sido inquestionável (em todos os sentidos). A grande mídia brasileira pode e fala sobre tudo que lhe convém e quando lhe convém, de acordo com seus interesses próprios, sejam esses óbvios ou velados, diretos ou indiretos, no entanto, nínguém deve jamais se atrever a cometer o grande equívoco de questionar a opacidade desses meios e suas doutrinas excusas, pois, invarialvelmente, quem ousar fazê-lo será deliberadamente tostado vivo na fogueira da inquisição midiática como um maligno "cerceador da liberdade de expressão" e de "anti-democrático".


No Brasil apenas 11 famílias são proprietárias de todos os veículos de comunicação de massa convencionais. 

Que democracia é essa? Somente as vozes de 11 famílias, supostamente responsáveis, são 

habilitadas a propagar a "ética" e a "visão do mundo" em um país com 
mais 190 milhões de habitantes? 

Que liberdade de expressão é essa?
As duas táticas básicas corriqueiras que desvelam a perversa "trama" de 
nossos meios de comunicação são: enaltecer ou desvalorizar? sempre no 
devido momento, e sempre visando frutos político-econômicos 
subsequentes. 

Assis Chateaubriand, o Rei do Brasil, criador da Ordem do Jagunço, fundador dos "Diários Associados", no auge de seu império com mais de 80 jornais (inclusive, implantando o 1o Canal de TV da America Latina, a TV Tupi de São Paulo em 1950, a quarta do planeta, e a primeira de sua cadeia), se tornou mestre na arte do "toma-lá-dá-cá", expoente inigualável na arte de cultivar segredos e intrigas com o intúito de colher cifras.  

Em um ciclo vicioso aparentemente sem fim, gradualmente expandia seu domínio midiático alavancando seu poder de 
fogo-político a cada aquisição de um novo jornal, de uma nova rádio, ou de um novo canal de TV; sempre deixando bem claro quem dava as ordens no Brasil de então. 

Até 1960, Chatô, fazia o magnata da mídia estadunidense, O Cidadão William Heasrt Kane, parecer um pirralho 
fazendo traquinagens infantis nas areias do Baixo Bebê na praia do Leblon numa tarde primaveril.

O gangster Chatô fez escola.
O tão recentemente aclamado jeito mafioso de ser da mídia P.I.G. (Partido da Imprensa Golpista) brasileira é, e sempre foi, o padrão.

Como "novos donos do pedaço", as Organizações Globo não são exceção, muito pelo contrário. Sob seu jugo a inadvertida população brasileira é diariamente imbecilizada pelo alienante Padrão Globo de Qualidade e por 
sua grade de programação entrevada e entrevante. 

Em um esquema de cumplicidade, auto-legitimação espetacular, lavagem cerebral, opacidade, opressão e mentiras, a famiglia Marinho tem se aproveitado de sua posição olimpiana conquistada ilegalmente pela estratosférica quantidade 
de dólares inconstitucionalmente injetados na empresa pelo conglomerado estadunidense Standard Oil/Esso/Time-Life e também pelos benesses e interesses mútuos viabilizados pelos amigos na Central Intelligence Agency (C.I.A.), e pelos austeros "pero no mucho" militares brazucas antes, durante, e após o golpe de 1964. 

De fato as Organizações Globo são parte fundamental deste e da subsequente venda do país a preço de "banana" nanica. 

Nessa confortável situação de impunidade autorgada pela autoridade divina "In God We Trust" e amparo nos decretos de lei do Estado de Terror com o porrete em punho e o pau-de-arara a todo vapor, o clã dos Marinho se acostumou muito mal. 

Por exemplo: os interesses imobiliários de longa data da gang no bairro do Jardim Botânico na cidade do Rio de Janeiro são tão explícitos que até poderíamos chamá-los de estabanados. 

A anos a empresa vem comprando inúmeros imóveis nas proximidades da rua Von Martius (sede do jornalismo Homer Simpson) e a tempos, "coincidentemente", dois impar$iais veículos das Organizações Globo, o jornal O Globo e a rádio C.B.N., com seus críticos, jornalistas e especialistas de plantão com suas almas faustianas (aqui nada a ver 
com o Faustão, mas sim "tudo a ver" com Mefistófeles) - em parceria com a mussolinesca Associação de Moradores e Amigos do Jardim Botânico (AMA-JB) - vêm paulatina e traiçoeiramente marretando a região do Horto (situado nas valorizadíssimas partes altas do bairro) com matérias exclusivamente negativas e depreciativas sobre os acontecimentos locais, sobre a Associação dos Moradores e Amigos do Horto (AMA-HOR), e mais recentemente sobre a iniciativa da criação da instituição sem fins lucrativos Museu do Horto. 


Me contou um passarinho verde aninhado dentro da própria TV Globo que a empresa intenciona comprar o enorme imóvel da também "made in USA" A.L.S.CO. (American Linen and Services Co.) esta, também pra disfarçar a origem, é conhecida pelo singelo e dissimulado nome fantasia: "Toalheiro Brasil", um mico cinzento pra quem advinhar 
onde?!? NO HORTO! 

A estratégia é tão vulgarmente conhecida e desgastada que chega a ser patética. Assim sendo, não podemos deixar de perguntar aos quatro ventos e a quem interessar possa: 

Será que a Globo está perdendo a "elegância platinada" de suas falcatruas pregressas? 

Será que agora como uma moribunda, atabalhoada e senil entidade pseudo-mitológica a Vênus-com-artrose está se descuidando e deixando transparecer seu veneno mundano, seu cinismo e suas dissimulações? 

Será que o contrato de locação do prédio de jornalismo na Rua Von Martius está prestes a expirar como se pode averiguar no livro A História Secreta da TV Globo de Daniel Herz? 

Será que o patrão e também proprietário do mesmo imóvel (Standart Oil/Esso/Time Life) o quer de volta? 

Será que sem a "ajudinha" do parasitário capital de Wal Street, sem as maracutáias da agência de difusão cultural C.I.A., e sem o repulsivo jugo do Estado ditatorial necrófilo brasileiro está ficando claro sua incompetência empresarial? 

Será que as Organizações Globo guardam purulenta mágoa por não terem conseguido violentar o que resta da rica biodiversidade da Mata Atlântica no Horto implantando seus mega-impacto mega-estúdios de teledramaturgia plim-plim na região, projeto este a décadas escurraçado pela comunidade local e somente viabilizado no vulnerável bairro de Jacarepaguá, criando assim o espetaculoso Projeto Jacarepaguá, comumente 
conhecido como ProJac ou Pró-Jeca?... 


Será?

Chamá-los de tubarões é uma tremenda injustiça com os lindos animais 
marinhos. "Vampiros" (assim mesmo com "V" maiúsculo) é muito mais 
apropriado, apesar destes também serem "Marinhos". 

A realidade paradigmática onde a decrépita e obsoleta Globo se encontra 
mudou. 

Já sabemos quem nos consome a vitalidade. Larguem nossa jugular 
agora!

TRANSPARÊNCIA MIDIÁTICA RADICAL JÁ! 
murah 
PROJETO CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE E ATRAVÉS DO DOMÍNIO AUDIOVISUAL

sábado, 22 de janeiro de 2011

EUA ordenam que Twitter entregue registros de fundador do WikiLeaks

Posted By: Leila Jinkings

Um tribunal dos Estados Unidos ordenou que o Twitter entregue informações detalhadas sobre os registros do WikiLeaks e de diversos simpatizantes do site, como parte de investigação criminal sobre o vazamento de documentos confidenciais.

A intimação datada de 14 de dezembro, solicitada pelo Departamento da Justiça dos EUA e publicada pela revista Salon.com, afirma que os registros pedidos ao microblog são parte "relevante de uma investigação criminal em curso".

O documento ordena que o Twitter forneça informações sobre as contas do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e de Bradley Manning, um analista de inteligência do Exército norte-americano acusado de vazar os documentos divulgados ao público no ano passado pelo WikiLeaks.

As informações exigidas pelo governo incluem todos os registros de conexão e horários de sessão, os endereços IP usados para acessar o Twitter, endereços de e-mail e residenciais, além de dados de cobrança e detalhes de contas bancárias e cartões de crédito.

"O WikiLeaks condena vigorosamente essa perseguição a indivíduos pelo governo dos EUA", afirmou o site em comunicado encaminhado à Reuters por Mark Stephens, seu advogado em Londres.

O governo dos EUA está decidindo se deve apresentar acusações criminais contra Assange por ajudar a divulgar mensagens diplomáticas confidenciais norte-americanas, o que causou embaraços a Washington e a diversos de seus aliados.

O governo dos EUA está à procura de maneiras de incriminar o WikiLeaks e sua equipe depois do início do vazamento de uma série de mais de 250 mil documentos diplomáticos norte-americanos.
A deputada islandesa Birgitta Jonsdottir explicou em sua própria conta do Twitter que havia recebido um pedido formal.

"O governo americano quer ver todos os meus twitts e ainda mais, desde 1º de novembro de 2009. Será que eles têm consciência de que eu pertenço ao Parlamento islandês?", escreveu Jonsdottir no serviço de microblogagem.

Em outra mensagem, a parlamentar declarou-se convencida de que o Google e o Facebook "receberam pedidos semelhantes".

De acordo com o WikiLeaks, "a existência de uma investigação secreta levada a cabo por uma grande instância jurídica americana foi confirmada desta maneira pela primeira vez".

Vídeo aqui!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Aniversário - Álvaro de Campos

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,  
Eu era feliz e ninguém estava morto.  
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,   
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma, 
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho... )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa, 
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa, 
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa, 
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .

Pára, meu coração!
Não penses!  Deixa o pensar na cabeça! 
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!  
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Se os blog's são terapêuticos, quem paga a terapia de Yoani Sanchez?

Norelys Morales Aguilera
La Polilla Cubana



Alguns blogueiros dizem que seus blogs são de uso terapêutico. Para Yoani Sánchez a terapia para sua frustração é um produto que satisfaz a comunicação para a direita anti-cubana contra-revolucionários e todos os tipos afins.


Também existe muita desconfiança quando se analisa o tão levado Geração Y com sua autora.


 Entre os milhões de blogs existentes na Internet sobre qualquer assunto, não é muito casual, tanta casualidade para a escolha da Geração Y pelo Grupo Prisa e a proeminência de qualquer opinião sobre esta mulher, elevada à categoria de "voz autorizada" do jornal El Pais aos insultos sobre Cuba. Dando-se ao luxo de ignorar outros carreiristas que se sentem com "méritos".


(Blasapisgcuevas: Eu me lembro do Sr. Polanco dizer  que eles não eram de esquerdas que, serviram a um público de esquerda. Seria para tornarem-se dependentes do consumo e uma espécie de socialista incapaz de romper com o capitalismo e seu traje pluripartiidista de democracia. Impossível é que haja um socialismo democrático se o contexto é capitalista. (Tudo é o contexto, e o determina)


Yoani atende perfeitamente as exigências dos empregadores da cyber dissidência: uma espécie de "empreiteiro virtual": estar em cena, e desenhar o que é " repressão e censura", embora no caso de Cuba, permita dar entrevistas para a direita e para a esquerda e fazer suas postagens pacificamente sem ser interrompida, como temconstatado a imprensa internacional em Havana, fazer pesquisas, como ela mesma tem explicado ... Muito típico da "refinada repressão" de  "que é a vítima", a pobre.

Analisando as denúncias a respeito dos colegas cubanos como  M. H. Lagarde e Rosa Miriam Elizalde, saltam algumas questões. Não tenho a pretensão de que sejam desconfortáveis, mas óbvias.

1) Como é que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos deu a ordem, cumprida no ato, de desaparecer com mais de 80 sites da Internet relacionados com Cuba por "promover o comércio" e "violar as leis dos EUA," e não se tenha inteirado da circulação de dinheiro através da Internet para o site de Yoani?

Em Geração Y aparece em um lugar em destaque para um link, para comprar o livro em italiano de Yoani, "Cuba livre". Isso é algo que pode ser feito através do PayPal, mas não um cubano residente em Cuba, porque viola os regulamentos do bloqueio, onde a legislação para proibir o comércio electrônico neste caso, é muito claro.

Já quiseram muitos jornalistas, que tem perdido seus empregos "ter a capacidade", para usar suas ferramentas de gestão e serviços, o gateway de pagamento, ou gateway para a transferência eletrônica de dinheiro através de cartões de crédito. No entanto, para não se enganem, tem seu Copyright © 2009 Geração Y - Todos os direitos reservados, algo que nenhum blogueiro cubano pode fazer a partir da Ilha.

2) Quem fez o suporte técnico do blog? Quem é responsável pela manutenção? Quanto custa para personalizar o software? O apoio a este site, que serve quase que exclusivamente ao seu blog, é o tipo de ferramenta desenhada especialmente por um perito, cujo salário anual é que não é Yoani que vai pagar com os royalties de seus dividendos. Até aqui, não chega o seu "patriotismo", ainda que para isso tenha dinheiro.

De acordo com os dados exibidos em domínios de Internet no Portal DESDE Cuba, que abriga o blog de Yoani, usa o sistema Joomla. Este é um complexo sistema de gerenciamento de conteúdo dinâmico e sistema de gerenciamento de conteúdo, cujos módulos só podem permitir que alguém com conhecimentos avançados o executem. E, claro, não é o caso desta senhora.




Se a geração Y parece um blog simples, no design, o blogger's eye percebe que este não é blog comum do ponto de vista dos requisitos técnicos.Ele tem versões em 18 línguas (e não um único tradutor para blogueiros), um tráfego intenso, com centenas de comentários em cada postagem, e os recursos para publicidade na Internet e para guardar a memória do site por um bom tempo. Isso só pode ser conseguido por uma boa subvenção. Apenas o tráfego causado por esta página, e os GB de comentários armazenados, além dos serviços de administração, a Geração Y exige dinheiro, especialmente se os servidores estão na Europa e não são grátis!


3) Quem é Josef Biechele, velho amigo de Yoani que "desinteressadamente" levou o servidor desde Cuba durante anos fora do país? Ele deve saber como subsidiar o portal, hospedado em um servidor de empresa Cronos AG Regensburg, uma subsidiária da empresa Strato, na Alemanha.


Se você visitar a página de provedor de Internet http://www.cronon-isp.net/index.html verá que o endereço de um usuário comum, neste caso, um blogueiro, não poderia estar entre os seus clientes.


 Não aparece publicado no menu, nem a lista de preços ou as condições ou características dos serviços.


Por que é indicado para se escrever  para esta empresa "Profissional de TI Serviços" e pedir diretamente o que seria o custo de hospedar um site? Isso significa que o serviço é feito pela contratação direta, não promovido.



Pareceria que a Cronon AG não tem interesse em marketing e confia demasiado de que seus prováveis clientes possam encontrar a empresa pela Internet ou cheguem a estes graças à recomendações. Este inusitado e muito original no mercado de telecomunicações deixa suspeitas sobre sua lista de clientes.



4) Quem paga o que informa a Cronon AG sobre as características de seus servidores, em alemão? Apresentado como segue:


• Área total de mais de 3500 m2 (espaço de exposição) divididos em 6 salas 
• Banda larga: conexões externas: 2 x 20 Gbit / s para a espinha dorsal da Freenet, 1 x 10 Gbit / s para o Frankfurt DE-CIX, conexões menores entre largura de banda de até 155 Mbit 
• 1 GBit transporte de entrada e saída 
• Energia / Elétrica: 48 e 230 volts em todas as áreas Várias UPS redundantes (por parcela para cada 230 e 48 volts) 
• Na alimentação de emergência: 4 x motores a diesel e dois a diesel x Reserva Um megawatt de potência (6 Mega watts total de benefícios) 
• 45.000 litros de armazenamento de diesel pré-aquecida continuamente, hora de início 40 segundo 
• 6 estações próprias estações de transformador com um megawatt 1 
• Controle de acesso: 24 / 7 de segurança Leitor de Cartão Antecedência Vigilância CCTV Registro escrito


Ele diz que é um servidor que pode dispor de "conexões externas: 2 x 20 Gbit / s ". Em outras palavras, não é um provedor qualquer.



Mas suponha que "o primeiro mundo está cheio deles, porém, levado à realidade-Cuba, por obra e graça de bloqueio que jamais foi criticado por Yoani, significa que o site que hospeda o blog Generación Y, tem 60 vezes(!!) a largura de banda disponível para toda Cuba, para todos os usuários da Internet!



5) Através de quem fez o registro de domínio do blog de Yoani? 


Foi feita através de GoDaddy, a empresa preferida do Pentágono para abrigar sites utilizados na guerra cibernética. GoDaddy é a maneira anônima e segura de comprar um domínio nos Estados Unidos, diz a empresa. Comprar!. Você entende que não se deve a nenhuma astúcia de meninos travessos como o seu marketing político e publicidade pretendem fazer crer?


Por que o anonimato, se supostamente não seja crime e Yoani é "tão ousada"? Por que usar a mesma estratégia do Pentágono? "Casual"? Como logra o "Super Yoani" que GoDdady não lhe feche o domínio, como fez com outra registradora de domínios americanos, com outras dezenas de sites que promovem eventos culturais e viagens para Cuba? Por que ninguém fala sobre as restrições que Cuba está tendo com Obama, para o comércio electrônico, com a graça do bloqueio?



6) O blog de Yoani, curiosamente foi o primeiro a divulgar o serviço de notícias on-line para fins subversivos, vovô, no link http://www.granpa.info


 Não se incomodou em mascarar a sua relação com os patrocinadores, que seguiu as mesmas diretrizes para o registro e localização de servidores usados na Europa para o blog Generación Y.


O domínio Granpa foi criado em 09 de junho de 2009, com proprietários anônimos. O servidor está em Copenhague, na Dinamarca. O proprietário da conta que pagou o domínio, registrado em um endereço de cartão de crédito no paraíso fiscal das Ilhas Cayman, de acordo com os registros apresentados publicamente na Internet. O endereço IP que está hospedado no site é 82103135163, que pertence ao ISP Easyspeedy Networks.



Vovô é um serviço exclusivo para Cuba, com a característica de que qualquer pessoa pode registrar um número de telefone da ilha, mesmo na ausência da vontade do proprietário do telefone. O que possui um telefone celular em Cuba não recebe um código de acesso para verificar se realmente deseja receber notícias diárias, selecionadas em três jornais de raivosa filiação anti-cubana: El Nuevo Herald, de Miami e Cubaencuentro e Penúltimo Dia, da Espanha.



Entenda-se que este serviço está disponível para enviar mensagens, massivamente, mesmo que você não tenha pedido, em clara violação das regras que protegem a privacidade da Internet e regulamentos digital anti-lixo. Como é sabido, as taxas internacionais de mensagens móveis são pagas.


 No site da Vodafone, um provedor de serviços de telecomunicações na Espanha, pode ver-se que o preço deste serviço, de envio de mensagens para outros países na Europa e no estrangeiro oscila entre 1,16 e € 2,50 por mensagem. Confira na web: http://www.cronon-isp.net/index.html


Assim, quanto custam, em que disposições e quem financia essas envios massivos de sms a Cuba, da Europa?



7) Quantos  blogueiros no mundo teem ao Grupo Prisa da Espanha como agenciador? Por que a Prisa, que supostamente passa por uma dura crise financeira, foi capaz de comprar o site Notícias 24 horas na web- o site mais agressivo contra o governo da Venezuela-, e pagar a Yoani um prémio de 15 000 euros? 


Nada menos do que o Ortega y Gasset, tradicionalmente dado a personalidades da literatura, com vasta experiência e ofício. O que não é o caso.


Como é possível que a editora italiana Rizzoli pague 50 000 euros para um "escritor desconhecido"? Esse dinheiro não irá nunca receber qualquer outra figura indiscutível da literatura cubana. A esta lista acrescente cerca de 100 prêmios, incluindo a menção recente no Maria Moors Cabot, da Universidade americana de Columbia.



Eu não quero acusar Yoani de mercenária, não que vá ela mesma se acusar! A imagem que que lhe tem desenhado é mentida até mesmo quando a chamam de revolucionária, só que decepcionada e frustrada, tudo por conta de sua "dor" e sua terapia no blog, que alguém paga por seus "grandes sacrifícios patrióticos" (dinheiro não tem Pátria).



Com tudo dito acima, não se faria pensar em um  sofisticado marketing contra Cuba? Poderia seu blog ter a visibilidade alcançada sem sustento econômico de boa qualidade, mesclados com prêmios?


 Yoani não fala para o cidadão comum da ilha, lhe encanta acreditar e desfrutar que é obra da "repressão", se não é lida. Mas ela sabe muito bem puxar a "brasa para sua sardinha". Lembra-se quando ela disse: "Nem pelotões, nem grupos compactos", para distanciar-se do esgoto da blogosfera cyberdissidente?. (De esgoto, lhe disse Zoe Valdez, você entende). Nada, o dinheiro e os méritos, eu diria. Bem, como seu marido escritor também, claro.

Assim, as mensagens desenhadas, esmagadas pelos princípios da ciberguerra do Pentágono para um público "externo", com interesses perversos que não podemos assumir que ignora, como aqueles que financiam as suas terapias para suas frustrações.