sábado, 18 de janeiro de 2014

Estabelecimentos de Curitiba* que já contam com Google Wi-fi

por Marcelo Idiarte

Estabelecimentos de Curitiba* que já contam com Google Wi-fi (hotspots com wi-fi gratuito patrocinado pelo Google):

Água Verde
Sandwicheria República: Av. República Argentina, 1300
Santillana del Mar: Av. República Argentina, 1649

Alto da XV
Premier Sport Bar: Rua Itupava, 205
Menina da Itupava: Rua Itupava, 694

Batel
Guffo Bar: Rua Emiliano Perneta, 924
Shadow Bar: Alameda Dom Pedro II, 695
Casa do Zé (Batel): Av. do Batel, 1433
Boteco Santi: Av. do Batel, 1693
Santa Marta: Rua Bispo Dom José, 2030
Taj Bar: Rua Bispo Dom José, 2302

Bom Retiro
Bar Quermesse: Rua Carlos Pioli, 563

Centro
Arrumadinho Café Bar (Jesuino): Travessa Jesuino Marcondes, 165
Arrumadinho Café Bar (Marechal): Av. Marechal Deodoro, 847

Centro Cívico
Hop'n Roll: Rua Mateus Leme, 950

Juvevê
Menina Brasilis: Rua Manoel Eufrásio, 1550

Rebouças
Casa do Zé (Rebouças): Rua Chile, 2067

(*) Curitiba também conta com um sistema de wi-fi gratuito chamado Passaporte Curitiba, oferecido pela prefeitura da cidade. Por enquanto os pontos de cobertura estão restritos às Ruas da Cidadania e alguns parques e praças.

domingo, 12 de janeiro de 2014

O gráfico da inflação e sua nota de correção

texto de Marcelo Idiarte


(segundo se apurou, quem primeiro percebeu e postou no facebook, teria sido Anderson Ramos depois é que a coisa migrou pro Twitter)

A internet trouxe centenas de utilidades (e alguns milhares de inutilidades também, é verdade) para a civilização moderna, mas uma das coisas mais relevantes que a internet facultou é a possibilidade do consumidor de notícias ser coadjuvante (e até protagonista, em alguns casos) no teatro da informação.

Antigamente valia o "publicado", ou seja, se estava publicado era verdade.

As correções e contestações a matérias eram insignificantes por conta do mecanismo disponível: cartas enviadas via correio, que chegavam nas Redações quando o assunto já tinha esfriado e não interessava a mais ninguém.

Além disso, por alegado motivo de espaço editorial nas publicações impressas, só meia-dúzia de cartas eram publicadas - quase sempre editadas ao máximo (às vezes ao ponto de alterarem completamente o sentido do que se queria dizer).

E se havia tréplica do jornalista a uma réplica de leitor, novas tréplicas (nos dicionários de língua portuguesa não existe "quadréplica", embora advogados usem muito) eram totalmente desestimuladas pelo sistema, dado todo o percurso que teriam vencer novamente: correio, filtro, edição etc.

Fundamentalmente a imprensa fazia e acontecia. Verdadeiros absurdos eram publicados e ficavam valendo como verdades absolutas. Salvo quando envolviam alguém graúdo, com bom advogado.

Esse sistema unilateral de informação ruiu com o advento da internet. Principalmente depois que os veículos de imprensa passaram a ficar encurralados pela necessidade de interação com os leitores (porque no início, não sei se vocês lembram, sequer havia espaço para comentários em matérias de portais da imprensa tradicional: os blogs é que inauguraram essa nova fase na relação imprensa x leitores).

No início a própria imprensa demonstrou receio com essa interação. Lembro de ter lido artigos e editoriais criticando a "intromissão" do leitor na notícia e no modus operandi das Redações, preconizando que isso poderia prejudicar o exercício do "bom jornalismo".

Pois sim. Eles tinham medo, mas seguramente nem nos piores pesadelos poderiam imaginar que minutos após publicar algo centenas de leitores cairiam de pau em cima de algum erro, imprecisão, distorção ou manipulação deliberada.

Muita gente ainda não percebeu, mas a imprensa virou refém dos leitores, ouvintes e telespectadores.

Antigamente nós é que éramos reféns da imprensa.

Ou seja: se o cidadão quiser, o jornalismo pode melhorar significativamente.

Mas para isso um bom número de pessoas ainda precisa deixar de apenas consumir informação sem refletir, analisar, confrontar e questionar.

Enquanto houver leitores biônicos, que não raciocinam sobre o que leem, veem ou escutam, a imprensa seguirá tentando fazer passar seus velhos golpes e seus erros grotescos.

FUTEBOL NOS TEMPOS DO CONDOR

por Marcelo Idiarte

Estádio Centenário, Montevidéu, Uruguai.

10 de janeiro de 1981.

Final do Mundialito de Futebol de 1980-81.

Seleção Uruguaia 2x1 Seleção Brasileira.

Uruguai campeão.

Termina o jogo e os jogadores da Celeste começam a comemorar no gramado do Centenário.

A banda militar, que já havia tocado antes do jogo, entra em campo para executar novamente o hino nacional uruguaio. Mas dezenas de torcedores invadem o campo, começam a empurrar os integrantes da banda, retiram os instrumentos dos militares e impedem a execução do hino.

Nas arquibancadas o estádio inteiro entoa: "SE VA A CABAR, SE VA A ACABAR LA DICTADURA MILITAR!".

Em meio à confusão, o zagueiro Hugo De León coloca a camisa do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense por cima da camisa da Seleção Uruguaia e parte para a volta olímpica com os demais jogadores.

De León havia sido contratado pelo Grêmio junto ao Nacional do Uruguai dias antes, e viajaria para Porto Alegre no dia seguinte para se apresentar ao novo clube.

O ato de vestir a camisa do Grêmio em plena comemoração da Seleção Uruguaia poderia parecer apenas reverência ao maior clube do Rio Grande do Sul, mas também tinha um componente politico: o Uruguai inteiro clamava pelo fim da ditadura militar, inclusive muitos jogadores identificados com a Esquerda.

Por causa desse gesto, De León foi excluído da premiação acordada com a junta militar uruguaia - um automóvel Passat modelo 81, importado do Brasil em um acordo entre os regimes militares, para cada jogador.

Para justificar que a punição não era pelo episódio da camisa, os generais uruguaios inventaram de última hora que os três jogadores que estavam indo jogar em outros países não receberiam o carro.

Além de De León, que viria para o Brasil, outros dois uruguaios deixariam o país: um jogaria no Chile e outro na Argentina.

Esse episódio envolvendo De Léon é descrito no fantástico documentário MEMÓRIAS DO CHUMBO: O 




O documentário é dividido em 4 partes: ArgentinaChileUruguai e Brasil, alguns dos países que compunham a famigerada Operação Condor - sistema de cooperação secreta entre as ditaduras da América do Sul.

Paraguai e Bolívia também integravam a Operação Condor, mas não há capítulos específicos sobre eles porque o foco do documentário é a relação do futebol com os regimes militares dos quatro principais países do Cone Sul.

Exibido pela ESPN Brasil originalmente em dezembro de 2012, e reprisado várias vezes desde então, Memórias do Chumbo é deveras empolgante para quem gosta de História e/ou futebol.

Muito bem produzido e muito bem editado, com vários depoimentos relevantes de personagens que estiveram de alguma forma ligados aos acontecimentos da "longa noite escura dos regimes militares" (como o do escritor uruguaio Eduardo Galeano, autor de As Veias Abertas da América Latina), Memórias do Chumbo é daqueles documentários que deveriam ser exibidos nas escolas, para evitar viscejar os reacionários do futuro.

Quem sabe usando o futebol como exemplo as pessoas percebam o quanto a política interfere em todas as etapas da nossa vida, mesmo que não gostemos de política?

Selecionei abaixo, especialmente para a maior torcida do sul do país (a gremista), o trecho específico que menciona o caudilho Hugo De León.

Mas sugiro que depois disso vocês assistam o capitulo inteiro do Uruguai (54 minutos), porque é uma aula de História contemporânea.

E mais abaixo há um torrent para fazer o download do documentário inteiro (Argentina, Chile, Uruguai e Brasil), com 200 minutos de duração e 6,17 GB de tamanho.
YouTube (Uruguai/De León): http://youtu.be/PBB6YQEbSwg?t=32m53s
Torrent (documentário completo): http://grem.io/po3