sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O Fim da Imprensa...

Imprensa >>> Imprensa em 2009 - Por Julio Daio Borges no Digestivo Cultural em 08/01/2010






Apesar da previsão de Philip Meyer, foi em 2009 que os jornais, finalmente, começaram a acabar. Inclusive no Brasil, que assistiu à morte da Gazeta, depois de uma agonia de quase uma década. Até a revista Time emitiu seu atestado de óbito; e, no Brasil, até a Veja. Paul Starr, professor em Princeton, escreveu um belo ensaio sobre o fim da "era dos jornais", na New Republic. E a Associated Press, que acabou prejudicando os jornais na era da internet, resolveu atacar esta última, na esperança de defender seus "associados"... Para completar, o Guardian - um dos maiores "ex-jornais" da Inglaterra - soltou um anúncio para contratar blogueiros do mundo todo, com um detalhe importante: sem exigência de prática jornalística. (A Amazon também abriu seu Kindle para blogs.) Nesse sentido, o Brasil sofreu um baque semelhante, com o fim da obrigatoriedade do diploma para se exercer a profissão. Segundo os estudiosos, os jornais não teriam mais saída nem on-line - porque suas redações, inchadas, não poderiam ser sustentadas pela publicidade da internet. Um princípio que, por outro lado, também afetaria a chamada "economia da colaboração", que viabiliza a maior parte das iniciativas "grátis" na Web (incluindo as "jornalísticas"). Contudo, o Brasil viu surgir uma das melhores revistas dos últimos anos, a Serrote, dedicada a ensaios, pelo Instituto Moreira Salles (o mesmo da sempre elogiávelPiauí - com o reforço, em 2009, de Rafael Sica). A ótima revista de cultura do Itaú Personnalité ficou mais visível nas bancas e a Livraria Cultura, igualmente, deu um upgrade na sua revista. Também a revistaConcerto mudou de formato, para melhor. Ivan Lessa e Mario Sergio Conti reuniram sua Correspondência, através do UOL, em livro. E Lúcia Guimarães deixou o Manhattan Connection para estrear no Saia Justa e no Estadão. Mencken teve seu Livro dos Insultos relançado pela coleção Jornalismo Literário da Companhia das Letras, enquanto Murdoch resolveu "peitar" o Google... 2010 promete emoções ainda mais fortes.


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