sexta-feira, 20 de julho de 2012

Jornalistas de seis países latino-americanos acusam à midia privada de promover um "Plano Condor" golpista

Vertido do blog Contrainjerencia


Jornalistas de agências de noticias estatais de seis países reunidos na Bolívia acusaram hoje à mídia privada de promover “golpes suaves” e inclusive o representante argentino comparou suas ações a um “Plano Condor” contra a democracia, relata a EFE.

Comunicadores de Argentina, Bolivia, Cuba, Brasil, Guatemala e Venezuela falaram nesse sentido em La Paz na segunda reunião do conselho executivo da União Latinoamericana de Agências de Notícias (Ulan), que agrupa as agências de noticias de nove países.

A ministra boliviana de Comunicação, Amanda Davila, disse na inauguração que os golpes de Estado nesta época “são diferentes” aos que deram os militares nas décadas de 1970 e 1980.

Os “novos golpes”, disse, se dão em um “cenário de desestabilização permanente que lamentavelmente é digitado desde alguns meios de comunicação” que se tem convertido em “advocacias políticas” de partidos derrotados nas urnas.

“Com a criação de cenários de desestabilização, que pretendem minimizar os avanços do processo, distorcer a verdade e que permanentemente utilizam os meios de comunicação como um instrumento político para isso, é que nós estamos enfrentando a esta sorte de 'golpes suaves'”, afirmou.

O jornalista da agência estatal argentina Telam, Juan Manuel Fonrouge, comparou a ação dos meios privados contra alguns governos da região com o chamado “Plano Condor”, por ele que as ditaduras militares instaladas no Cone Sul nas décadas de 1970 e 1980 coordenaram ações repressivas contra a esquerda.

“Existe uma correlação que podemos fazer com o que é a comunicação na América Latina, existe um Plano Condor. Existe uma união dos grandes meios de comunicação concentrados na América Latina para desestabilizar aos processos democráticos que levamos a cabo em todo o continente”, assinalou.

.Davila agregou que a comunicação e os meios privados são “instrumentos da política” e as agências estatais deveriam “assumir de manera franca e sincera” que também devem fazer “um trabalho político”.

“Deveríamos considerar, e creio que temos que assumir sem vergonha alguma, (que) as agências do Estado são também instrumentos políticos, mas para defender estes processos que não vão beneficiar a uns quantos, só que vão beneficiar e defendem à maioria da população, os excluídos, os pobres”, afirmou a ministra.

Também reclamou ações conjuntas da Ulan para “defender” aos governos frente aos supostos afãs desestabilizadores e evitar casos similares ao que chamou de “golpe congressual” ocorrido no Paraguai, em alusão à decisão do Parlamento desse país de destituir Fernando Lugo da Presidência.

O presidente da Agencia Venezuelana de Notícias e vice-presidente da Ulan, Freddy Fernandez, destacou a necessidade de que a realidade latinoamericana seja contada com uma “visão própria”, frente ao que refletem as agências informativas da Europa e Estados Unidos, que, em seu critério, teem interesses distintos.

Agregou que essa visão nas agências estatais deve corresponder “com o trabalho, o esforço, com a luta de nossos povos por alcançar sociedades mais justas e mais democráticas”.

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