Carlos del Frade (APE) para ARGENPRESS
A fome é um negócio.
Uma verdadeira filantropa da humanidade.
A fome é um negócio.
As projeções dos investigadores dizem que a população mundial duplicará até 2050, a demanda de alimentos.
Este dado, uma verdadeira vergonha para a humanidade é lido, contudo, como uma oportunidade para os que fazem negócios nestas planícies abundantes
Segundo o professor de política agropecuária da Universidade de Illinois Bob Thompson: “O rol da América do Sul e da Argentina é muito importante porque tem mais potencial de produtividade que outras regiões, tem os melhores solos do mundo e o mundo os necessita. Nos próximos 40 anos se vão incorporar a uma população equivalente a duas vezes a China para alimentar. Ao que se somam as perspectivas de redução mundial da pobreza e o incremento de gente com melhores condições que acederão a uma dieta balanceada”, indicou em diálogo com diferentes meios de comunicação. Para os estudiosos, na primeira metade deste século a demanda mundial de alimentos poderia duplicar-se pelo crescimento da população mundial, enquanto que a outra metade responde ao incremento de cada vez mais pessoas nos países de baixos recursos.
Esta é uma reflexão pelo menos curiosa porque o sistema gera uma repetição de sua própria lógica: os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
Talvez esta interpretação seja uma máscara de falsa consciência para aplacar o verdadeiro espirito do negócio florescente. A fome termina sendo uma ocasião inultrapassável para certas empresas que manejam, a nível mundial, o comércio de grãos e derivados.
E uma das multinacionais que se nota na linha de largada deste fenomenal pacote de dinheiro a custa das necessidades alimentares de milhões é a Monsanto, empresa que fatura 10 bilhões de dólares anuais, muitos dos quais os vende na Argentina onde conta com 50 mil hectares de terras na província de Buenos Aires, na região de Rojas.
Segundo o vice-presidente executivo de sustentabilidade da Monsanto, Jerry Steiner, a biotecnologia “será uma parte importante da solução, ao abrir novas fronteiras para melhorar o conteúdo nutricional dos grãos, aumentar sua tolerância à seca ou altas temperaturas e reduzir o uso de pesticidas”. Agrega que “esta realidade levanta um contexto favorável para a Argentina, que por ter similares condições agroecológicas aos Estados Unidos, mas no hemisfério sul, pode nutrir-se das novas tecnologías e investigações de forma mais rápida que o Brasil”, susteve o funcionário da multinacional que produz sementes e agrotóxicos de questionáveis efeitos na saúde humana.
O certo é que ante o avanço das urgências humanas, as grandes multinacionais esfregam as mãos celebrando o dinheiro que farão às costas dos saqueados de sempre. O capitalismo, envolto nas crises financeiras que geram, planificam o futuro. Isto diagrama o cenário dos próximos 40 anos e ratifica a continuidade da devastação do meio ambiente, a irracional exploração dos recursos não renováveis e a pauperização da vida de milhões. E, ao mesmo tempo, vende produtos para saciar a fome que impulsiona e multiplica. A perversão levada ao extremo. A criação de massas de empobrecidos para que logo sejam os estados nacionais os clientes que comprem produtos para responder a essas demandas mínimas. Entre os que pensam o futuro e os negócios de amanhã a partir da fome dos que são demais nesta cápsula espacial chamada Terra, estão as grandes multinacionais de sementes e de agrotóxicos, como a Monsanto.
Concordo que ainda temos um grande grupo de pessoas indo por esta lógica, mas já existe muita gente pensando diferente e quando este grupo for maior que o outro, haverá uma mudança mais visível.
ResponderExcluirConfio no coração humano, afinal conheço o meu, que não é o melhor, mas também não é o pior... rsrs
Temos que ser críticos, porém otimistas!
Bjs!