Por Sérgio Maurício Troncoso, no Facebook, em 11/12/2012.
Embora seja eleitor frequente do PT, quem me conhece sabe que estou longe de ser “petista de carteirinha”.
Sou um grande crítico a muitas coisas da política e economia que aconteceram nos últimos dez anos, apenas creio que como um homem que tem família frente as atuais (e reais) opções eleitorais, estou melhor com as cagadas do PT, que com a diarreia peessedebista.
Sempre me norteei pelo pragmatismo de achar que em política nunca há o melhor, e sim o menos ruim.
Porém chega a ser nojento o assédio da grande mídia na tentativa de criminalizar Lula, só por ele ser liderança incontestável, bom de voto e não pertencer ao “mainstream”. E mais ridículo ainda é ver gente de “boa formação”, encampar essa sujeira que coloca em risco a democracia conquistada à duras penas pelo povo brasileiro, pois para criminalizar Lula a qualquer custo, acaba-se misturando tudo e criminaliza-se também a política.
Nossos políticos não vêm de Marte para nos oprimir, eles vêm do povo, de famílias, de histórias de vida várias, e são um espelho de nosso tecido social.
Muita gente que cospe fogo contra eles, não faria nada melhor caso conseguissem “chegar lá”.
Identifico muita frustração de vida introjetada ao ódio aos políticos, as pessoas se esquecem de que eles têm algo que o cidadão comum não tem, e que dá muito trabalho conseguir... Voto.
Quanto a Lula, ele já foi acusado de trair a mulher, de violentar o companheiro de cela, de roubar o Brasil, de fortalecer "ditaduras" latino-americanas, africanas, asiáticas (todas com presidentes eleitos por voto majoritário), de comprar avião para si, de “querer” um terceiro mandato, de se curar do câncer em hospital particular (sim, uma acusação), de assassinar passageiros de dois aviões, de matar o Celso Daniel, de colocar escutas no STF (segundo Gilmar Mendes e sem prova), de dar o título à Vila Isabel; já foi acusado de dançar festa junina, de beber vinho caro, de torcer pelo Corinthians, de comer buchada de bode, de ter amputado o próprio dedo para receber pensão, de ter a voz rouca, de ajudar o filho a fechar contrato com uma empresa PRIVADA (e ele com esse dinheiro comprou a Escola Superior de Agricultura de Piracicaba), de ter fortuna declarada nas páginas da Forbes (no caso dessas últimas duas “acusações”, quando vejo gente com PHD dizer que acredita nelas, só posso creditar esse fenômeno a pura cegueira do ódio de classe).
Só nos últimos meses, Lula já esteve por trás do relatório do CPI da Cachoeira, já tentou adiar o julgamento do "mensalão" (segundo Gilmar Mendes de novo), já produziu provas para se vingar de Perillo (porque ele teria sido o primeiro a avisá-lo do mensalão). Agora o acusam de ter um caso com a mulher presa na última operação da PF, e ao serem confrontados com a realidade que as tais ligações telefônicas para ela nunca existiram, surgem as “acusações” do réu Marcos Valério (que nada declara a respeito do caixa dois do PSDB). Só falta acusarem Lula de subornar Deus para que terminasse a obra no domingo.
Nos meus anos de vida, já vi falarem mal e serem injustos com muitos políticos. Até com os mais “queridos” a grande mídia comete injustiças. Mas nunca vi em toda a minha vida (no passado já houve isto) um ataque tão vil, tão desonesto, tão odioso, quanto o que dirigem a Lula, e isto se dá porque sabem que não o vencem no voto.
A meia dúzia de famílias que controla a grande imprensa falada e escrita neste país, repete o que já fizeram com Getúlio, com JK, com Jango, e com Collor (e esse, eles mesmos ajudaram a colocar lá). O que repetem? A disseminação do ódio em prol de um projeto de poder... Ódio de classe, ódio de frustrados, ódio que faz mal ao povo e a democracia, para embasar um projeto de poder político e econômico de gente que sai nos jornais como paladinos do “bom comportamento cívico”.
E o pior é ver gente oriunda das classes médias (da baixa a alta), supostamente com boa formação escolar e familiar, que deveria colocar um pouco de sanidade na discussão, ajudando a alimentar o ódio, por pura frustração vivencial transbordada em frustração política eleitoral alimentada pela grande mídia.
Sempre autoindulgentes, acham que fazem muito, acreditam que “os outros”, sejam Lula ou “os políticos” (no genérico), ou a estrela que fala alguma bobagem, são o inimigo, o que os impede de crescer, mas não veem que sempre são os que mais tem, os que mais se queixam, os que mais nos rebaixam com seu vira-latismo existencial.
Isto ainda se voltará contra a democracia, contra o Brasil, contra eles próprios em particular, e contra os brasileiros em geral, é claro.
Prevejo um ano de 2013 muito tenso, e talvez desastroso para a política no Brasil.
As consequências disto na vida socioeconômica do trabalhador, das pessoas comuns, muitas das quais que se juntam acriticamente ao efeito manada dessa péssima e injusta crítica política, podem ser terríveis.
Sérgio Troncoso.
*Texto inspirado em um anterior produzido pelo colega Weden.
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