sexta-feira, 10 de setembro de 2010

*Sugestões ao candidato José Serra, para tentar ganhar a próxima eleição*

por *Paulo Franco* 


Desista de “dossiês”, de “sigilos violados” e variantes. A maioria absoluta
do eleitorado está se lixando para isso.

Afaste-se do PIG (Partido da Imprensa Golpista). Não deixe que ele paute sua
campanha. O Sr. não é Carlos Lacerda!

Seja protagonista de sua campanha, da campanha do Sr. Geraldo Alkmin, seu
correligionário, candidato a governador do Estado de São Paulo, dos
candidatos proporcionais de sua coligação político-eleitoral. 

Desfaça a boataria de que eles não querem que sua imagem apareça com eles;
Esforce-se para parecer um paulista-brasileiro, como Mário Covas. 

Tire a fantasia de paulista empedernido, vestida pela parcela arrogante da chamada
classe média de São Paulo, que acha que Deus foi ingrato ao fazê-la nascer
no Brasil. As cabeças dessa gente ocupam-se somente com Daslu, telenovelas
de um órgão do PIG, cursos de inglês, balé, judô, para os filhos, colunas
sociais, novos condomínios fechados com segurança máxima… elas não estão nem
um pouco preocupadas com os mercados de arroz, carne, feijão, tomate…, que
dizem respeito à maioria do povo brasileiro.


Presumo que as quatro (4) sugestões anteriores são as mais fáceis de serem
aceitas, seguidas. As próximas exigirão do Sr. grande esforço/trabalho. Mas,
afinal, o Sr. resolveu candidatar-se!
Sua insistência e a do PIG em tentar criminalizar sua real adversária
eleitoral, a ex-ministra Dilma Rousseff, é tão grande, tão desproporcional,
que já corre na praça, à boca pequena, como piada, a seguinte frase:


“Foi Dilma foi quem convenceu Serra a candidatar-se a presidente da
República”.
Alguns blogueiros e imeiozistas (ou imeiozeiros?) mais atrevidos, chegam a
complementá-la:
“Logo, ela terá que ser punida por tal iniciativa: “Vote em Serra, o
candidato da Dilma”.
 humor, ou melhor, o Humor, palavra que deve ser escrita com inicial
maiúscula. En passant, falta-lhe isso também, Sr. Serra. Seu apelido de
“Vampiro Brasileiro” não é todo descabido.
O Sr. andou colando imagens do presidente Lula, em sua campanha de tevê, na
fase inicial, para dar a impressão de que o Sr. é amigo dele, de que o Sr.
gosta dele e vice-versa. 

Depois, o Sr. começou a bater pesado no “ex-amigo
televisivo”. Isso, num intervalo de menos de um (1) mês de campanha na tevê.
Quem pauta isso para o Sr.? O Sr. mesmo, a coordenação de sua campanha, ou o
PIG?
Este partido que não é partido vai destruir sua carreira política, Sr. José 
Serra. Tal partido está USANDO o Sr.! Ou o Sr. o usa também?
Se o Sr. não for eleito, o que é muito provável, ele, o PIG, lhe execrará e,
inda por cima, lhe cobrará fatura. O Sr. está devidamente preparado para
isso? Fatura do PIG, presumo, não deve ser baixa!
Mas, deixo disso> Vamos às sugestões para que o Sr. possa, nesses vinte e
poucos dias que restam, tentar reverter o quadro, nada favorável ao Sr. .


Considerando que sua campanha eleitoral iniciou-se com o mote “O Brasil pode
mais”, bem aceitável. Embora petista de carteirinha, tenho cá minhas
criticas aos dois (2) governos de Lula. Críticas internas, digamos, pela
esquerda.


Vamos lá:

dê indicadores, confiáveis, em sua campanha, de que o Brasil poderá mais;
use exemplos didáticos que o povo em geral possa entender;

diga, por exemplo (olhando nos olhos do telespectador): com seu salário
mínimo, hoje, você compra X mercadorias. No meu governo, você comprará X e
mais alguma coisa de X em mercadorias. Mas tente provar que isso será
possível;

diga, por exemplo: se em sua casa foi feito um “puxado” que a melhorou, no
meu governo você poderá fazer novo “puxado”, para seus futuros filhos. Mas
tente provar que isso será possível;

diga, por exemplo: no meu governo o emprego aumentará mais ainda, porque a
taxa de investimento (o Sr. sabe o que é isso) será superior. Mas tente
provar que isso será possível;

diga, por exemplo: no meu governo, o crédito terá maior participação no PIB.
Mas tente provar que isso será possível;

diga, por exemplo: o atual Programa Bolsa-Família é acanhado. No meu governo
mais famílias serão contempladas. Mas tente provar que isso será possível;

diga, por exemplo: a política pública atual, pró-Cultura é acanhada. No meu
governo, a presença do Estado no incentivo à Cultura será maior. Mas tente
provar que isso será possível.


Não pretendo lhe cansar. Afinal, sua agenda deve estar muito carregada. Mas,
pense nisso. Ou, talvez o Sr. prefira assim: Think about.


Paulo Franco, professor-aposentado do Instituto de Economia da Universidade
Federal de Uberlândia.

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