O Furacão me lembra em muito o time que foi rebaixado ano passado para a série B.
Um clube que, por falta, absoluta, de organização para o ano, padece, no meio dele, das consequências de seu amadorismo administrativo.
Confesso que fui a favor do retorno de Petraglia, em oposição à "trupe malucellina", que havia, justamente por esse amadorismo, nos levado, de novo, a mais um revés caseiro contra o maior rival e ao descenso no Brasileirão, coisa que me parecia praticamente impossível, por nosso perfil vencedor, adquirido desde que esse mesmo Petraglia tinha assumido o clube em 1995.
É verdade que desde 2006, excetuando uma participação que chegou a empolgar na Sul-americana daquele ano, o torcedor rubro-negro paranaense não teve lá muitos motivos para comemorar.
Em 2008 e 2009, quase tínhamos provado o rebaixamento e apesar do "ponto fora da curva", quando chegamos em 6° em 2010, depois de um início preocupante que felizmente não se consolidou após a parada para a Copa do Mundo daquele ano, viemos a sucumbir diante da falta de organização demonstrada em 2011.
Pois o Furacão repete 2011, só que um degrau abaixo.
Abaixo, porque a proposta apresentada pela chapa vencedora me fez sonhar com uma volta até certo ponto tranquila à divisão de elite, sem contar que pelo começo dos trabalhos, cheguei a pensar na quebra da hegemonia dos dois anos anteriores, de nosso maior rival, na disputa interna.
Gostei do estilo ofensivo do Carrasco e do resgate da personalidade de alguns valores que já tinham ficado em baixa na equipe, sucessão de erros do passado (desde antes da gestão Malucelli!), e que passaram a demonstrar condições de chegarem a mais altos voos, e mesmo dos remanescentes do desastre do rebaixamento, que pareciam ter ganho um folego novo sob os novos comandos, tanto extra, quanto intra-campo, embora discordasse das invenções e inconstância nas escalações, mas parece que a diretoria resolveu interferir na parte técnica, mudando justamente o que vinha dando certo.
O problema não era tanto o esquema de jogo, mas as constantes, e às vezes esdrúxulas escalações de jogadores em posições que não eram suas.
Fora isso, as contratações que se fariam necessárias ao longo, já, do Paranaense, visando mesmo conquistá-lo para entrarmos na "competição maior" com moral elevado, para entrarmos na competição já entrosados, com time definido e embalado, não foram feitas, ou, chegaram em pouca quantidade e em qualidade insuficiente para que se acomodassem, como se acomodaram e que agora vão ficando difíceis, posto que os campeonatos principais do semestre já estão em andamento.
Vemos chegar jogadores desconhecidos, normalmente atrelados aos técnicos, casos de Carrasco (Gabriel Marques, Rafael Schmitz, Liguera) e Drubsky (Naldo), até mesmo de Orlandelli (Zezinho), que demitidos do clube, talvez levem o ânimo desses que vieram, pois exemplos não faltam, no "futebol de oportunismo", de jogadores que chegam aos clubes através de empresários, dirigentes e técnicos porque a eles são atrelados, sabe-se lá até que ponto, e quando estes vão embora, costumam levar a "alma" daqueles.
Chega Jorginho num momento já dramático, onde o plantel já vem abalado psicologicamente, o que costuma dificultar bastante a recuperação ao longo de uma competição, sem muita perspectiva de encontrar reforços à altura de aparentemente resolver o problema, reféns de um estádio péssimo para quem precisa construir, ao contrário do perfil dos clubes que quando jogam fora preocupam-se mais em destruir para no pior das hipóteses tentar levar um empate, longe da grande massa torcedora, que mesmo em Curitiba não vinha lotando estádio ao longo do Paranaense, ou seja, não era fácil como se imaginava, mas está ficando complicadíssimo, diante da falta de planejamento.
Como otimista incorrigível e confiando na competência da equipe técnica, que não podemos condenar após o empate frente ao Bragantino, contando que pela necessidade premente de reforços que cheguem para resolver, a atual diretoria faça das tripas coração para resolver o problema, espero que ainda de tempo de podermos voltar a sonhar com a volta breve à 1ª divisão do Brasileiro, mas o momento é triste, como, de minha parte, não se via no Furacão desde os anos 70, quando eramos motivo de gozação constante por essas plagas e quando 1ª divisão era um sonho um tanto quanto errático, pela inconstância das equipes que conseguíamos montar.
Juro que pensei que esses tempos tinham ficado no passado.
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