do DIRETO DA REDAÇÃO
No futebol, o sonho do hexa acabou. Mas quase alguns minutos depois, o mercado, leia-se a Brahma, patrocinadora da seleção brasileira, determinou que não deu desta vez, o negócio agora é 2014. Podem imaginar o que vem por aí em matéria de negócios futebolísticos? Como não poderia deixar de ser, a “agredida” TV Globo, via Galvão, não perdoou Dunga pela derrota mortal para a Holanda. O treinador volta para casa e antes de qualquer coisa já avisou que o seu contrato era de quatro anos. Mesmo se o Brasil ganhasse o seu destino na CBF estava selado, porque quem “atrapalha” os negócios, ainda mais envolvendo a Globo, não tem vez na seleção do Teixeira (Ricardo), ou melhor, brasileira. A imprensa saudou o fim da Era Dunga, mas não se atreveu a pedir o fim da Era Ricardo Teixeira, na prática o proprietário da CBF, que sai ano entra ano está sempre no comando de tudo que diz respeito ao futebol brasileiro e aos negócios dele advindos.O cidadão acima de qualquer suspeita nunca é cobrado pelos eventuais desempenhos medíocres da seleção. Dunga só existiu porque Teixeira quis, mas ninguém cobrou do big-shot da CBF a mediocridade. Mas é isso aí, o mundo não acabou por causa de uma desclassificação da seleção brasileira. Futebol é assim mesmo. O Uruguai, depois de 40 anos, voltou ao primeiro escalão do futebol mundial. Joga com a Holanda nesta terça-feira, numa parada dura de roer, sendo a camisa laranja franca favorita, mas futebol é futebol. Depois de esfriada a cabeça pela derrota com a Holanda, neste país continente a campanha presidencial vai mesmo começar a esquentar. Nos 45 minutos do segundo tempo para a escolha de quem preencheria a chapa tucana-demo-pepesista(PPS) e petebista (PTB do Jeferson), o candidato da direita brasileira, José Serra, encontrou um vice, o emergente da Barra, Índio da Costa. Esse cria político de Cesar Maia, o tal ex-prefeito do Rio que na sua última administração abandonou a cidade para se dedicar integralmente ao seu blog, foi possivelmente indicado pelo filho do padrinho político, de nome Rodrigo Maia. E assim o Partido Democratas (Demo), o ex-Partido da Frente Liberal, conseguiu emplacar o vice de linha tão ou mais conservadora que o patrono Maia. Índio da Costa é acusado pela vereadora do PSDB carioca Andréia Gouvêia de falcatrua com merenda escolar quando secretário de Administração na gestão do padrinho Cesar Maia. Ela até pediu licença do seu partido. O jogo vai ser bruto, ou seja, a direita vai fazer o possível e o impossível para evitar que a candidata de Lula, Dilma Roussef, chegue lá. Serra tenta se apresentar como o “mais experiente para governar o país”, mas tentará evitar associações com outros políticos da América Latina, entre os quais o recém eleito Juan Manuel Santos, sucessor da Álvaro Uribe. O novo presidente colombiano, por sinal, está convocando Tony Blair, o “cachorrinho” de George Bush, para ajudar a incrementar o que ele e alguns analistas denominam de Terceira Via, que na verdade não passa de uma marca de fantasia do esquema neoliberal inaugurado na Grã-Bretanha pela então primeira-ministra britânica Margareth Thatcher. No mesmo time de Santos, e de Serra, encontra-se o menos conhecido presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, que no último dia 1 de julho completou um ano de governo. O dirigente panamenho, também aliado de Washington, em 365 dias incrementou uma reforma do Código de Trabalho, totalmente inconstitucional, segundo analistas, que na prática acabou com o direito de greve dos trabalhadores. Como se não bastasse, Martinelli aprovou uma reforma fiscal que entrando em vigência acarretará um aumento de 40% nos impostos dos setores mais pobres da população. O imposto do consumo sobe de 5 para 7% para todos os produtos e serviços, sem incluir os alimentos. Martinelli, como alguns candidatos a governos de Estado no Brasil, que prometeram acabar com a violência em seis meses, entre os quais o hoje diretor da Caixa Econômica, Moreira Franco, não cumpriu com a palavra, muito pelo contrário, pois em um ano o Panamá viu aumentar inclusive o tráfico de drogas e outras manifestações de violência. No Chile, o atual presidente Sebastián Piñera segue pelo mesmo caminho que o colombiano Santos e o panamenho Martinelli, enquanto em Honduras, o presidente Porfírio Lobo, que venceu uma eleição fajuta depois da derrubada de Manuel Zelaya, não deteve a repressão que se abate sobre o movimento popular do país, que já resultou em centenas de mortes. Neste período pós-Copa e no momento em que a campanha eleitoral se intensifica, os eleitores brasileiros precisam ser informados sobre o que acontece neste continente e com isso ter mais elementos para poder fazer a opção por seus candidatos. Como, segundo indicam as pesquisas, a maioria absoluta não quer correr o risco de retrocessos como o que acontece nos países mencionados, a informação nesse contexto é artigo de primeira necessidade. |
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