A butique Daslu, o maior templo do consumo brasileiro e paraíso de dondocas e deslumbradas, vai mal das pernas. Nesta quinta-feira a empresa entrou com pedido de recuperação judicial na Vara de Recuperações Judiciais da Capital, maneira disfarçada de falar em concordata.
Em nota, a empresa apela para a demagogia e diz que seu objetivo é de se capitalizar e dar continuidade ao negócio "para que sejam assegurados os empregos e salários de mais de 500 colaboradores, além de manter a renda de nada menos do que 10 mil famílias envolvidas direta e indiretamente no projeto Daslu".
Na verdade, a Daslu está dando um calote na praça, principalmente em orgãos públicos, através de multas e impostos que não paga. A empresa está sendo processada por sonegação de impostos e importação irregular de mercadorias (contrabando). Ao Fisco paulista, deve cerca de 500 milhões de reais em multas por sonegação de ICMS. À Receita Federal deve cerca de 400 milhões de reais.
Há dois meses, a butique anunciou que vai mudar de endereço. Deixará a área de 4.800 m2 que ocupa na Vila Olímpia, em São Paulo, para se tornar a principal loja (3.000 m2) do novo shopping JK Iguatemi, empreendimento vizinho que pertence à família Jereissati.
O filme é velho. Daqui a pouco a empresa quebra e deixa fornecedores e órgãos públicos a ver navios, enquanto os donos continuarão ricos como sempre.
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