quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Pesquisa inédita da UFMG sobre trabalho docente apresenta dados da educação infantil

Agência de Notícias da UFMG


Diferentemente de outras investigações sobre educação básica, a pesquisa
"Trabalho docente na educação básica no Brasil", cujos resultados são
divulgados esta semana na UFMG, inclui dados sobre educação infantil, e não
apenas sobre o ensino fundamental e médio.


“Esta é uma novidade que merece ser ressaltada, pois em geral as creches
e pré-escolas não são consideradas quando se investiga trabalho docente na
educação básica”,
comenta a professora Lívia Fraga Vieira, uma das
coordenadoras do levantamento, realizado em sete estados brasileiros, em
2009 e 2010, com apoio da Secretaria de Educação Básica do Ministério da
Educação (MEC).


Outra novidade é que não se trata de uma pesquisa realizada somente com
professores. “Foram considerados sujeitos da pesquisa todos que atuam
diretamente no processo educativo nas instituições educacionais, ou seja,
professores, educadores, monitores, estagiários, diretores, coordenadores,
supervisores, atendentes, auxiliares, entre outros”
, ressalta Lívia.


Dentre os resultados, a pesquisadora destaca que dois terços dos
entrevistados recebem menos de dois salários mínimos; 44% dos professores
afirmam ter aumentado o número de alunos por turma nos últimos anos; 70,03%
consideram que houve alteração no perfil dos seus alunos; 55% consideram que
há mais controle atualmente sobre seu trabalho; 66% afirmam que seu trabalho
sofreu a incorporação de novas funções, contudo, 83% afirmam ter mais
autonomia; e 77,4% afirmam que trabalhar na educação lhes proporciona grande
satisfação.


Outros dados foram apresentados e discutidos em seminário que terminou
ontem, dia 9, no auditório Neidson Rodrigues, da Faculdade de Educação
(FaE), no campus Pampulha.


“A pesquisa procurou conhecer e analisar as mudanças promovidas pelas
recentes políticas públicas para a educação básica nas duas últimas décadas
no que se refere à organização e gestão escolar e suas consequências para a
formação e a carreira docente”,
comenta Lívia Vieira.


Os oito grupos de pesquisa responsáveis pelo levantamento, sob a
coordenação geral da professora Dalila Andrade Oliveira, que lidera o Grupo
de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente (Gestrado), da FaE,
procuraram traçar o perfil dos docentes em exercício na educação básica no
Brasil, conhecer suas condições de trabalho e suas percepções sobre a
educação, sobre seus alunos e suas próprias condições de trabalho.


O estudo foi realizado em sete estados brasileiros: Pará, Rio Grande do
Norte, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo
. Em cada
estado foram pesquisadas escolas de educação básica das redes estadual e
municipais de ensino e instituições privadas de educação infantil
(comunitárias e filantrópicas conveniadas com o poder público).


A pesquisa contou com 8.814 respondentes, entrevistados diretamente nas
escolas, com um questionário contendo 85 questões, por pesquisadores de oito
distintos grupos de pesquisa instalados em universidades públicas nos sete
estados contemplados pela investigação.


Assessoria de Imprensa
Cedecom/UFMG (31) 3409-4476 / (31) 3409-4189

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posso não publicar, baseado nas regras de civilidade que prezo. Obrigado.