quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Eleições 2010 - Brasil - Um convite ao aprendizado

Gosto de política, gosto de acompanhá-la e seguir formando minhas convicções, baseado nos fatos que vemos chegando das mais diferentes fontes, hoje reforçadas pela blogosfera, que se por um lado não resolve as diferenças ideológicas, e isso tem ficado cada vez mais claro, por outra impede que a imprensa tradicional seja voz soberana sobre os mais variados assuntos, inclusive sobre a política de que estou aqui falando.

Pelo que tenho acompanhado da História da Humanidade, e tenho lido muito a respeito, livros, feitos por historiadores, ensaístas, pessoas de destaque nesta arte, o estudo da história, fica claro que a imprensa, regra geral e por uma questão de ideologia, ou seja, "do lado" em que se está no contexto geral de mundo ou de um país, digamos, sempre tenta configurar os fatos à feição de seus interesses, que costumeiramente dizem respeito ao dinheiro.

É que essas publicações, sejam elas jornais ou revistas, ou na televisão, que ideologias à parte, costumam prezar pelo equilíbrio de informações para continuarem vendendo seus exemplares e idéias e com isso, manterem-se relevantes, teem atingido um grau talvez nunca antes visto, ou denunciado, de manipulação, baseados talvez na ameaça que o aumento de conscientização das pessoas, ou até mesmo pelo desespero que vem tomando estas instituições ao não mais se verem levadas tão a sério quanto outrora, vem usando no mundo, de maneira cada vez mais perceptível e agressiva.

O que existe às carradas em manuais de redação de qualquer revista barata que se possa imaginar, no que diz respeito à ética da informação, vemos o quão irrelevantes estes manuais se tornaram dentro das próprias redações e falando em termos de Brasil, à época de eleições presidenciais então, estamos atingindo as raias do absurdo.

Pois em uma época que deveria ser de informações sobre os projetos dos candidatos e partidos sobre suas intenções para o país, defrontamo-nos diuturnamente com casos escabrosos e não comprovados, colocados de forma cabal, como se houvessem evidências inapeláveis dos mesmos, por parte da imprensa, que uma à outra, vão repercutindo à exaustão, como se fossem casos encerrados, comprovados, julgados e com condenações estipuladas, conturbando o ambiente político do país, sem acrescentar nada, a não ser o acirramento de posições de lado a lado, seja entre as altas esferas governamentais e a oposição em geral, ou entre a "patuléia"(e aqui me incluo), que se dá ao trabalho de acompanhar o que traz o noticiário diário sobre o que vem acontecendo no mundo político.

Felizmente, o quadro de intenção de votos não oscila, frente à campanha acusatória a que vem sendo exposta a candidata do governo, não de forma significativa pelo menos por enquanto.

Falo felizmente, porque a maneira das coisas políticas acontecerem no Brasil, e existem inúmeras fontes sérias a confirmar isto, sempre privilegiaram as classes dominantes, as classes do capital, em detrimento do restante da população, ou seja, da esmagadora maioria da população brasileira. Isto é insofismável!
Agora, à medida que conseguimos nos livrar do jugo militar esgueirado em boa parcela nesta mesma classe dominante e histórica do país, esta mesma população, sentindo que os benefícios a ela tem chegado, já por duas vezes seguidas, conseguiu de maneira soberana e democrática através do voto, nos dizer que as coisas estão melhorando.

Felizmente porque esta mesma população, em pesquisas, vem demonstrando que quer continuar melhorando, tendo direito a ir buscar, se não com as facilidades que a classe média alta (e daí prá cima) sempre ostentou, pelo menos não sendo atrapalhada pelo governo central e deste, conseguindo se fazer sentir, criando uma identidade nacional e não estrangeira, no que isso existe de mais elementar para a formação de uma sociedade soberana que respeita a si mesmo e longe do nacionalismo xenofóbico e normalmente utilizado pelos regimes à direita para esconder os reais problemas internos, principalmente o da desigualdade social.

Felizmente porque, inexoravelmente, a menos que alguma tomada de poder à força aconteça, as oposições deste país, se verão cada vez mais obrigadas a dizerem ao que vieram, sob o risco de sumirem das discussões sérias e inevitáveis das quais o Brasil precisa, para de forma adulta, resolver de fato, seus problemas de desenvolvimento, que ainda são volumosos, progressos à parte.

Felizmente hoje, vamos tendo um caminho a seguir e não o estar sendo levado pela maré econômica do império norte-americano, que sabidamente tem sido desastrosa e que tem levado o desespero à inúmeras nações, para não irmos muito longe em descrições geográficas, que aliás não nos faltariam, fiquemos na Europa, que vai entrando inclusive por isto, numa onda xenofóbica e protecionista, que lembra em muito os pré-guerra!

Mas tem quem assim não pense e não compactue e os donos do "papel-impresso" e das emissoras de TV do Brasil, os mesmos que sempre apoiaram os interesses dos poderosos, que são eles mesmo em boa parte ou deles representantes, e isso é histórico, não fui eu que inventei, são parte importante, pelo alcance de suas "mãos", desta parcela ínfima que não concorda, ao que parece, com o desenvolvimento da nação, no que o termo guarda de mais elementar.

O que me deixa entristecido e por vezes na dúvida, é que pessoas que deveriam estar se sentindo bem em fazer parte deste processo de evolução e de inclusão, parecem estar de "cabeça feita", "hipnotizados" pelos anos de grilhão ideológico de direita.

A tristeza, vem desta falta de perspectiva de pensar, de raciocínio mesmo, de pessoas, que "olhando assim", não deveriam ter os seus, mais comezinhos, suplantados pela tentativa de massificação manipulatória que vem sendo praticada descaradamente pela imprensa brasileira, independente do que venham a mostrar as apurações dos fatos que tem sido levantados pela mesma.
O movimento da imprensa é muito claro!

A dúvida, e aqui me perdoem a eventual ingenuidade, é que de repente estas pessoas raciocinam direitinho e tem como objetivo de vida mesmo, um projeto atrelado ao modo individualista tendo o capital como fim principal em suas vidas, embora hajam demonstrações cabais ao longo da história da humanidade e mesmo agora, nesta primeira década do século, de que é um modelo ultrapassado, por contemplar a muito poucos, gerando mazelas seríssimas e repercutindo em todo mundo.

Existem muitas boas leituras sobre a história do Brasil, para quem quer ter uma idéia mais ampla, de como as coisas aconteceram neste país, desde seu descobrimento e de como repercutem ainda hoje, na cabeça das pessoas, muitas vezes e até por isso, toldando-lhes a visão.
Sugeriria, ao menos um exemplar bem abrangente, para quem de fato se interesse em ampliar horizontes, a leitura do excelente "O povo brasileiro" de Darcy Ribeiro.
Existem muitos mais, falando da formação do nosso povo, bem como dos viézes políticos da nação e da permanente luta de classes que aqui ocorre, independente do cidadão sentir-se partícipe dela, ou não. Só para lembrar, você participa dela sim, goste ou não, tenha nojo dela, ou não.
E tem muita importância nela, por mais que não encontre espaço dela em sua vida e aí, sua participação é a da massa amorfa e facilmente manipulável por isso, que um dia se chamou de imprensa séria, no Brasil!

Se você não tiver muita propensão à leitura histórica, deixo o penúltimo capítulo do livro acima citado( As dores do parto), no afã de que talvez alguma coisa aí dentro de você se manifeste, em seu próprio benefício, por mais que você assim não consiga enxergar!

Um comentário:

  1. BElo post. Entendo e admiro sua fé e amor aos seus ideais. Eu gostaria de acreditar politicamente em alguma coisa. Não consigo. Reconheço que o Brasil melhorou muito.MInhas críticas são porque eu queria mudanças ainda mais radicais.Mais educação,mais saude e sobretudo mais moralização e honestidade.Quando vejo as coisas se passarem perco ainda mais a fé.Mas direita ? nunca mais, por favor. A rigor acredito que não ha mais direita nem esquerda.

    VAleu garoto

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Posso não publicar, baseado nas regras de civilidade que prezo. Obrigado.