Aristóteles, a coerência e o celular de Yoani

Por Ernesto Pérez Castillo no "Cambios en Cuba"
Dizem que disse  Aristóteles que, à hora de criar a trama, era necessário ser coerente. E dizem que disse mais: dizem que disse que, postos a serem incoerentes, havia que lograr a todo custo ser, ao menos, coerentemente incoerentes.
E ele é algo que nossa filóloga renegada deixa um lado sempre ao montar os dramas que monta e vende a quem os queira comprar (ou a quem se os encarrega), arrogada em sua tremenda capacidade para a incoerência, a contrapelo de o que seja, sem sentido, sem juízo, sem razão e sem necessidade alguma.
Provas do que antes digo, sobram, e para ver-las não ha só que ir a seu próprio blog, e nem sequer avançar muito, apenas deter-se em seu mais recente post, que titulou "Dame una perdida".
Por ridículo, por incrível, e por desavergonhado que pareça, ali Yoani tem dito (ela, ela mesma, não é agora alguém que diz que ela disse): "Soa o celular, mas não o identifico. Espero que o ring ring se apague e vou a um telefone próximo para marcar o número que ficou registrado. E tenho advertido a meus amigos que me façam uma chamada perdida e depois lhes respondo, mas alguns insistem e esquecem o alto custo de um minuto de conversação na rede de celulares."
Alguém não esta fazendo bem seu trabalho. Como esta mocinha vai  escrever precisamente isso, logo que se tenha mandado uma conversação de meia hora com o blogueiro de Miami Pepe Varela, conversação que foi gravada e postada na web, a disposição de quem a queira?
Ela, supostamente, viu um número desconhecido em seu celular e não armazenou, nem marcou então esse número desde seu telefone fixo. Não, ela aceitou a chamada e se largou a falar. E quando Varela se identificou, e é óbvio que ela sabe quem é Varela, assim como sabe que Varela não pertence a seu círculo íntimo, apesar disso, seguiu falando irreprimivelmente, sem ter para nada em conta "o alto custo de um minuto de conversação na rede celular".
A que vem agora esse post, onde a Yoani rasga  a fantasia, jurando que não pode dar-se ao luxo de um minuto em seu celular? A que vem esse conto, depois de quase meia hora de conversação com um desconhecido, com todos seus minutos a meio dólar cada um?
Quem o duvide todavía, que escute, também disponível na web, a Reinaldo Escobar, o esposo da blogueira. Sim, quando Yoani não pode mais, cortou abruptamente a conversação -a última palavra que se lhe escuta dizer à  filóloga es "joderte"-, e então Escobar chamou a sua vez a Varela, e lhe faz saber que com sua chamada lhe teve consumido a Yoani o cartão do celular.
Essa chamada de Escobar aclara e deixa bem assentadas várias coisas. A primeira, que a conversação gravada não é "apócrifa". essa palavrinha difícil de que tanto gosta a filóloga. A segunda, que ela falava desde seu celular. E a terceira, que Yoani, incontida, falou até pelos cotovelos, e pelo menos, de crer-lhe a Escobar, até que consumiu todo seu crédito.
O que para nada deixa claro Escobar é o por quê de sua chamada. Que queria? Advertir a Varela que havia falado a um celular? NÃO. Dizer-lhe  que usar um celular, em Cuba, é muito caro? NÃO, que Varela será miamense mas não mongo. Sugerir a Varela que repusesse o custo dessa chamada???
Enfim, como quer que tenha sido, o certo é que Yoani publicou em seu blog isso de que ela não fala por seu celular, apenas a uns dias por ter ficado em evidência, mas exatamente, por todo o contrário. Se isso não é incoerência, que revisem e retifiquem todos os dicionários.
A quem quer convencer agora, aos tontos que quiçá alguma vez lhe tenham visto no Twitter, implorando que lhe recarreguem o celular, e há quem "caia", aumentando-lhe seu sempre avultado saldo?
Ou será que ela, quando monta suas cenas, seus dramas e suas tragicomédias, esquece seu opulento dia a dia e pretende usurpar a dura vida diária do resto dos cubanos, estes para os quais a jornada é esforço e trabalho e sacrifício honrado e os luxos, se é que os hão, são poucos e muito de quando em quando?
Se algo em tudo isto resta claro, esse algo e o celular de Yoani.
Não digo o celular, não digo o aparelho, não digo o telefoninho, só o móvel, o fim último, o objetivo real, o móvel por trás de cada gesto de Yoani, e esse móvel é o dinheiro que recebe a blogueira por dizer o que diz, para o qual não necessita coerência, só todo o contrário.


Os 20 minutos de Yoani

http://www.youtube.com/watch?v=CM01UpAZnOw

http://www.youtube.com/watch?v=hbyZpmP8sUg&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=UHnBe3RqYiU&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=hJnW_SH9Sos&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=zJutM7JJtTo&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=lGphuG527As