quarta-feira, 28 de abril de 2010
A entrevista de Yoani a Salim - Uma análise
Lendo a entrevista de Yoani Sanchez a Salim Lamrani, no Portal Luis Nassif, em 26/04, fiquei com pelo menos duas impressões bem marcantes
A primeira delas, e por questão de convicções, é a de que Yoani é um fenômeno fabricado por alguém, sem me alongar muito aqui sobre quem seria este alguém, pois sobram evidências na entrevista dada.
A segunda, foi o tom inquisitório adotado pelo entrevistador, em várias passagens da mesma, ainda que repleta de asserções bastante verossimilhantes. Pareceu até, pelas claudicâncias nas respostas da Cubana, que a dita entrevista teria sido, no mínimo, editada, sem contudo, subtrair as assertivas do entrevistador.
Muita vacilação por parte de Yoani, pensei, para quem se pretende passar e se passa, por uma voz distoante, até mesmo dissonante, ao regime cubano, com direito a blog, prêmios, por ele adquiridos, no exterior e afins.
Sempre procurei ser precavido em relação a um juízo de valor em relação, especialmente, às figuras polêmicas.
No caso da Cubana, acessei seu blog no final de 2009 e havia feito o mesmo, em meados do mesmo ano e de 2008, também.
Curiosidade, digamos.
Acessei tranquilamente, em todas as vezes que tentei e até estranhei, pois esperava alguma dificuldade tecnológica, desde Cuba, uma vez que vende-se uma imagem por demais repressora, daquele país.
Lendo, fiquei sabendo que a dificuldade existe para pessoas de dentro da Ilha, que se pareceu coerente por motivos internos, ainda que discorde das censuras em geral, pareceu uma acusação surreal, ou no mínimo desprovida de lógica, pois abriria as idéias da blogueira, à comunidade mundial, o que seria extremamente antipático ao atual governo Castrista, reforçando a idéia de que o bloqueio norte-americano, seria até justo, como coerção à abertura democrática, embora eu questione às democracias que temos por aí afora.
No caso, e voltando à entrevista a Salim Lamrani, no mesmo Portal, mais adiante, no mesmo dia, li a defesa de Yoani em seu blog, lá transcrito
Ela diz ali não gostar de viver defendendo-se de ataques, que passou a maior parte de sua vida abaixo de críticas e diz também que por vezes é melhor digerir os insultos e seguir adiante.
Fala que desconhece-se a partir de certo ponto, na entrevista, mas não explica em qual ponto.
Fala ainda em omissões, distorções, falta de informações sobre a realidade de Cuba, por parte do entrevistador, sempre sem especificar quais seriam.
Dirigi-se à pessoa do entrevistador, de um modo um tanto deselegante, modo bem diferente do qual é tratada pelo seu "algoz", na introdução da entrevista por ele realizada.
Claro que existem canalhas extremamente bem-educados e pessoas honestíssimas, que indignadas, por vezes, "descem do salto".
Não me pareceu o caso, ainda que continue estranhando certos apartes muito longos de Salim, na entrevista, mas que para mim, não desmerecem-nos em credibilidade, mesmo que não tenham ocorrido ali na hora.
Senão vejamos:
- Incoerências importantes no relato do sequestro, de que teria sido vítima.
- O "surreal" de seu "bate-e-volta", à Suiça.
- A maneira como defende a própria candura, dela e dos termos que costuma usar em seu blog, quando ao acessarmos o dito e mesmo no comentário dela para essa entrevista, também em seu blog, lemos que não é bem assim.
- O aludido bloqueio ao blog, quando o entrevistador diz ter acessado o mesmo, da ilha, em diferentes espaços de tempo, em dias diferentes.
- O Bloqueio dos EUA.
- As ações do governo Obama por uma melhora nas relações entre os dois países e de Cuba com o mundo, que se dariam com o fim do bloqueio
- Os gastos com a administração do blog.
- A quantidade de transliterações para o blog.
- A acolhida de Obama à uma entrevista da blogueira.
- Sobre os presos políticos e a dissidência.
- A ajuda dos EUA, comprovada, aos dissidententes cubanos.
- A supremacia absoluta de Cuba, no ensino e na saúde, sobre os países americanos, confirmadas por organizações mundiais especializadas.
- A omissão de opinião sobre Luiz Posada Carrilles.
- O Ajuste Cubano, que facilita a permanência aos imigrantes ilegais cubanos, quando estados como o Arizona, por exemplo, já começaram a criminalizar os imigrantes ilegais
São pontos, ao ler a entrevista e a defesa de Yoani, que se limita ao geral, sem entrar em pontos específicos quaisquer, que valeriam bem mais a pena, ou que equilibrariam melhor os argumentos, para que pudessemos tirar conclusões mais ajustadas a um melhor juízo de valores.
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