sexta-feira, 9 de abril de 2010

2010, Ano Dourado

Por Eduardo Carvalho

Quero dizer: “2010, o ano de Dourado”. Um de nossos legítimos brasileiros, o carioquíssimo Luis Melodia tornou-se ultrapassado, ‘démodé’ para os antigos, com seu postulado cântico “juventude transviada”. Agora quem encontra-se transviada é a adolescência, a qual fingimos entender, para não assumirmos o urgente e bastante nosso “dever de cuidado”. Mais uma teorização que não adentra os campos da prática.

Inobstante o afrontamento às originalidades, eis que aparece uma cópia mal feita, remasterizada em laboratório clandestino a versão tropical de James Dean, neste remake aquariano da ‘transviadagem’. Pedro B (o primeiro dos Bs do BBB; os outros dois ficam ao critério da sua imaginação) faz-se a reencarnação de Nicholas Ray, bolando alguém para “ser imitado por jovens do mundo todo”. No círculo da vida, quem ressuscitou mesmo foi Frankenstein e, para opinião e delírio das domésticas, da turminha transviada, dos vendedores de anabolizantes e dos patrocinadores do “programa”, está desta vez ‘mais bonito’, revoltando Mary Shelley na tranquilidade de sua cova.

O poeta/menestrel judeu norte-americano registrado em cartório ‘Robert Allen Zimmerman’, um dos maiores compositores do anasalado planeta Terra, também profetizara um dia que “os tempos, eles estão mudando”. Aliar isto à máxima chaplista “o homem é um animal com instintos primários de sobrevivência. Por isso, seu engenho desenvolveu-se primeiro e a alma depois, e o progresso da ciência está bem mais adiantado que seu comportamento ético”, é como untar a fôrma para melhor receber a massa, podre ou não.

Ou seja, é necessário existir algo mais, antes da própria vida, feito assim como um princípio para, quando preciso for, podermos lidar de forma mais adequada com as superveniências, sem que elas transformem o mundo num mar de passividade, ou num deserto de iniciativas. Para que a maioria não possa concluir no final que esteve aqui a passeio mesmo. Um verdadeiro arcabouço, a base que sustente a nossa leveza de ser.

Se aquela prática não está, sem fuga retornemos ao tema. Mas...quem é Dourado? Como dizia meu xará Eduardo Mascarenhas, ‘comecemos pelo início’: quem nasceu primeiro, Marcelo ou Brucutu? Não estivemos lá, mas cremos que provavelmente tenha sido Marcelo. Antigamente um bebê, outrora uma criança, cuja infância fora vivida em Porto Alegre/RS, cidade das mais violentas da América Latina. Uma das primeiras metrópoles brasileiras a rasgar parte de seu tecido social e costurar sem agulha as tais “gangues de rua”, lá por meados dos anos 80.

A Rua da Praia, palco de contrastes extremos, oferecendo em mesmo plano as presenças de uma transeunte sedutora modelo branquela e de um estático raquítico engraxate negróide. Da pluralidade oriunda da miscigenação das raças, surge imponente às margens do Guaíba ele, Dourado. Geneticamente modificado – feito vírus H1N1 - animal composto por terças-partes de gorila, réptil e com nome de peixe; nem branco nem negro, mas Dourado. Ontem jovem e hoje finalmente um brucutu. Mas ele nascera ou fora criado? Um ser verídico ou não mais que outro personagem parido do ventre meretrício da Vênus Platinada? É a dúvida que não cala.

Não cala porque nem questiona o ‘eleitorado’ televisivo, os únicos mudos, mentalmente. Acostumados à vida pronta, é só pagar, espiar e clicar, na mais falaciosa interatividade já comercializada na história da terra do Pau Brasil (seria melhor estória). Consumir com a conotação de alimento industrializado: eles preparam; você saboreie (se for possível), mastigue e degluta logo, que vem mais paredão (prateleiras) por aí, pura modernidade em nome dos atualíssimos padrões de conduta, isto é, pelo bem da moda, “muito massa”, “tipo lêga”, “tá ligado”?

Voltemos ao elemento-chave das portas da ignorância. Do qual me abstenho em comentar sobre sua pessoa física (CPF). Falarei do Zé Ninguém promovido a alguém: é muito mais fácil encher containers vazios, pode se colocar o que quiser lá dentro. Ele, uma das criaturas forçosamente elencadas entre milhões, sabe-se lá como - embora tenhamos idéia dos critérios globais - e elevadas à categoria de herói. Sim, cintilante herói, o qual segundo Pedro B. (um sofrível filósofo, metido a “apóstolo” das sandálias, caído em tentação pela Big Bunda de Chocolate), refletia o brilho da maior estrela do programa: o seu público. Identificado pela mídia ‘especializada’, a qual aponta que a maioria dos seus fãs é composta por adolescentes! Belo “indicador social”, não?

Heróis são símbolos, que ontem se elegiam pela força, pela inteligência, pelo bom caráter. Hoje, isto se dá por outras (des)qualificações: inespiritualidade, estupidez e mau caráter, todos cobertos por tatuagens, cuja interpretação simbólica deixa dúvidas somente aos cegos do castelo, os quais não crêem que dali emana preconceito, miséria humana e, claro, a falsa idéia de ‘masculinidade’. Ísis está sem véu, Helena já avisou, mas há aqueles que insistem na obscuridade das evidências.

É o estilo. Uma variante dos factóides humanos programados digitalmente não a provocar reação naquele público, mas sim ditar-lhe comportamento. Sobretudo visual, mas também pelas maltratadas palavras que demonstram explicitamente o quase nada que há por dentro: o pouco que tem, ainda é torpe. Vide episódio sobre transmissões de doenças sexualmente transmissíveis: aberração que move o Ministério Público ao seu ofício, apenas para fazer justiça, coisa ainda distante da violação das esferas de direitos de outrem, seja dos homossexuais em sua busca por reconhecimento e dignidade, seja do telespectador em sua busca por entretenimento e qualidade.

Sobretudo, violação dos direitos dos próprios adolescentes, cuja importante fase na vida está sendo brutalmente aviltada, no mecanismo de antecipação fenotípica propagado pela mídia em geral, tal qual ocorre com a infância e com a juventude: constroem a vontade artificial de ‘ser o que não se é’, num litigioso paradoxo entre tempo e espaço, desrespeitando a ordem natural das coisas. Neste caso, meninas de nove anos conectam-se como adolescentes, as de doze maquilam-se como jovens, as de quinze despem-se como adultas. Paralelamente, os meninos de dez conectam-se como adolescentes, os de treze brigam como jovens e os de dezesseis copulam como adultos.

Ou seja, todos estes se achando muito à frente do seu presente. La Mídia e seu único objetivo: agregar mais consumidores, seja quem for. Tal qual as financeiras que se multiplicam feito larvas nos centros das grandes cidades, agora atrás dos aposentados. Arriaram a bandeira de Dicesar, que findou a meio pau, para o desgosto dele, da sua irmandade e de todo aquele que acredite em princípios. Demagogos, anunciaram a inclusão social do andrógino Serginho, ser que andava à deriva da sociedade, agora ganha espaço, para fazer nada onde nunca se edificou algo.

Ninguém percebe, mas a mídia autopublica-se incessantemente na contracapa da pedofilia, estimulando os rebentos nacionais à malhação, relevando a promiscuidade, glorificando o adultério. Melhor do que incentivar à cultura, é excitar a circulação de hormônios ainda embrionados, dragando-os das profundezas da inocência, e destilá-los ao redor do horário nobre. Aquela primeira, muito levaria ao senso crítico, à conscientização, à reivindicação, à busca pelos direitos, formação de seres politizados a partir de sua nascente. Mais fácil é a segunda, que nada busca porque a nada leva, a não ser à bricolagem de criaturas vazias, sem ideário, sonhos dignos ou esperança de uma vida de bem-estar nem virtudes, que posteriormente desaguará insípida no mar de cada dia.

Estes, são o público que vive em função da “interatividade”. A banalização do voto, em sua mais vulgar acepção de democracia. Clicar na internet não custa, mas indiretamente sim. Via Teles – “recém” privatizadas a mando do Consenso de Washington - “justifica-se” o preço da ligação à medida que se reconhece ser fã de algum boneco, codinome preparado, elevado de “um qualquer” a “o favorito”, aquele para o qual se “torce”. Afinal, há de se participar porque o Brasil todo está vendo. Ser brasileiro é votar no BBB, isto sim é feeling de nação. Quem não “joga” não mama nas tetas da pátria-mãe. Acrescentar-se à lista de milhões de votantes, iludindo um sentimento de pertencimento, para ser considerado alguém na sua vida - que já não é mais tanto sua, porque você já criou uma certa dependência do sistema, portanto abrace-o senão ele o atropela e não voltará para saber sobre o formato mínimo nem a cor da sua lápide.

Ele deveria ganhar: é o establishment do trunfo do mal sobre o bem, para estimular o processo baconiano da vida daqueles adolescentes e outros simpatizantes da vergonha em busca da realização. Para mim, ele meritalmente “ganhou” porque é o melhor exemplo de sujeito que a televisão deste nível é capaz de formar, totalmente compatível com a mentalidade e a falta de espírito e a ausência absoluta de cidadania, objetivo-mor da práxis televisiva, criando seres três em um, os três macacos num só: espectador cego, surdo e mudo. A notícia empírica vista como fonte de conhecimento científico. Estampar pedófilos, entrevistar sobreviventes de tragédias, mostrar assassinatos filmados pelo panótico da degradação moral da (des)informação jornalística: é o mote para a involução, revelando a ditadura da imposição do medo sobre cidadãos acuados, onde caracteriza-se a supremacia do Poder Privado sobre o Poder Público. Terremotos, Nardonis, pedófilos, deslizamentos, vítimas: tudo contra o “só eu sei por que eu não fico em casa”.

Voltei: comovente e justificante a estorinha do ‘passado triste daquele esfomeado que jantava pés-de-moleque, habitando ultimamente um quartinho fedorento numa favela carioca, depois de ter sofregamente ter sido carregador de frutas na Austrália’. Quase chorei. Pós BBB 4, era injustamente vaiado em suas lutas, pelo povo adepto do ultimate fighting, povo este sabedor que era da ausência de consciência (princípio dos verdadeiros lutadores), no dragão-de-Komodo nacional. Ai que dó. Inda mais porque ‘ele mudara e agora resolve pedir desculpas’ depois de suas regurgitações em público, pauta de tantas e tantas matérias mídia afora, esgoto adentro. Coloquem Vanderlei Silva na frente do lagartixão que este levará uma surra, sem mesmo o primeiro lhe encostar um só dedo: surra verbal, moral, existencial. Personagens, mas surreais, porque a realidade do Brasil passa longe, mas muito longe da ”casa mais vigiada”: desvio de foco, ensinando as pessoas a não serem reivindicadoras de direitos básicos ou fundamentais em suas próprias vidas, atreladas que estão ao alheio da hora, claro que falo da hora Global: a Rede mola-mestra do tempo.

Nova fonte de inspiração para defesa de teses sobre a psicologia de massas, o BBB aparece no cenário acadêmico como objeto de estudo, de grande valia para os sem imaginação e de mais valia para os anunciantes. É o dedo do capitalismo penetrando sorrateiramente em quem caminha sem reflexão. Uma mulher com sobrenome de jóia reúne há anos um grupo de amigos nos dias de eliminação, fazendo do programa um esporte, onde se torce inadvertidamente pela pessoa mais “sarada” fisicamente - considerando apenas a casca do “corpore”, ignorando o “mens sana”. A vitória consiste em manter quem não foi votado. Então vote, elimine, expulse, mate alguém, seja campeão junto com seu ídolo, o qual ficará, até que ganhe o milhão dele. Enquanto isto você evita reconhecer que ainda senta nas espigas da vida. Finge que seu dia a dia não dói, porque à noitinha tem prova do líder. Otários, não reconhecem que o verdadeiro paredão está no lado de cá da telinha, sem anjo qualquer a lhe proteger das usuras do quarto poder.

E eu me pergunto se o sinal digital é para isto. Se ‘a esperança não vem do mar, vem das antenas de tv’, onde está a arte de viver, se a própria criatura revelou não ter fé em nada? Aí eu me respondo que eu ainda guardo um fio de esperança que não vem da telinha, imaginando que um dia, não ‘sine die’, o Presidente da República da hora tenha respeito para com quem o elegeu e, sem medo dos lobbys de sua base governista, tenha coragem e tome a providência. Porque os venezuelanos não sabem o que é veiculado por aqui: portanto, eles não podem opinar sobre o cancelamento das renovações dos contratos de nossas concessões públicas radio-televisivas, alegando censura à liberdade de imprensa, e vice-versa, isto é, cada um no seu quadrado. Aos desinformados, vide artigos 221 a 224 da Constituição Federal da República Federativa do Brasil, ainda com “S”.

TV digital para passar o Jornal Nacional. O discurso da inclusão digital. Dedos que detonam a espingarda de chumbinho, espalhando merda para todos os lados de quem assiste a atração, ou seja, quem se atrai pela assistência, eu diria: passividade. Tiros que vão na contra-mão da evolução das coisas, fazendo os adolescentes e afins ficarem na casinha babando em frente ao “Grande Irmão”, enquanto seus pais temem frente à televisão. Todos reféns da notícia, cujo pavor estimulado quase leva à diarréia. E a ânsia de vômito surge quando se verifica os sub-programas, derivados da matriz, até em outros canais: é a disseminação da praga, a Peste mental que invade os corpos suprimindo os corações, tentando trazer emoção ao cérebro, já funcionalmente delegado aos padrões “Marinhos” de ser. Autonomia de vontade zero, dependência psíquica dez.

Em torno do herói, mais vergonha. Execração da condição humana, não se pode dizer se alguém lá dentro é personagem de novela televisiva ou figurante de seriado mexicano. E daquela mini-fortaleza partem os heróis sem caráter. O terceiro, Carlos o Xará, aparece como animação clonada de caixa-eletrônico de banco 24 horas: parece que fala, mas não há palavras. Parece que há beleza, mas há vácuo. Fruto de uma paixão extra-conjugal, releva a importância da consideração às segundas-famílias dos amantes apaixonados, incapazes de resistirem ao adultério consentido, plenamente justificáveis pela necessidade de liberdade conferida ao falo, que deve e merece fisiologicamente cuspir. Cônjuges conservadores, passivos, por que não omissos.

A segunda, seria a tetéia do Brasil, não fosse o nariz estilo inhame. “Dentista”, outra que perdeu o companheiro que do lado de fora acreditou na farsa, porque no Brasil as novelas são fontes de verdade. Liberava-se pelo álcool, cuja ação estimulante inicial rompe os centros frenadores do organismo ao nível do sistema nervoso central, nunca sem vir acompanhada na seqüência pela fase depressora, pelo simples fato de se reaproximar novamente à realidade do mundo cruel, culminando na tresloucagem periférica. Deseja agora realizar não o seu, mas o desejo de alguns dos experts (melhor: espertos) Cirurgiões Plásticos: a implantação de silicone nos seios. Ignora que este modismo já está em decadência lá onde nasceu, em função de obediência aos critérios funcionais e verdadeiramente estéticos, hoje não mais em termos de quantidade. Melhor seria dar um trato nasal, mas cada qual com a sua fuga. Bela, mas igualmente com vácuo. Bonitinha, nem ordinária nem fulaninha. Ares de Beverly Hills em São José dos Campos: aculturação exacerbada em nome do discurso da auto-estima pela opulência peitoral.

Entendam que a construção se dá supletivamente: cria-se um personagem, baseado na vida real de cada um, com nomes adaptados, e lançados são ao cenário cujo script é “ser você mesmo”. Nas novelas projaquianas é o mesmo processo: inventam personagens para determinado “ator”, de acordo com suas características pessoais. A estória, o enredo, vem depois. Aliás, vem e passa, nunca fica, porque nada vale. Transforma-se, da mesma forma que o lixo em gás metano, cujo aterro encontra-se da sala de jantar dos lares carentes de cidadania.

O problema é que nossa adolescência está respirando esta inflamabilíssima variante de gás, desconhecendo a tabela periódica da vida, sem classificar portanto aquilo que presta e principalmente aquilo que não. Órfãos do discernimento, chegarão à juventude se achando adultos, incapazes de decidir sobre a própria vida, posto que tiveram manipulada sua consciência, sempre trabalhada em função do consumo de coisas prontas que vieram justamente com o rótulo de descartáveis.

Do dia do “fico”, partiu-se para os minutos do “ficar”. Burlam o tempo, sem se incomodar com espaços. E não estou falando da choldra nem da patuléia, mas sim daqueles que, pensamos nós, terem instrução. O mandamento de direcionar a atenção dos pais a voltarem-se somente para a estatura e o peso dos infantes, sob a bandeira da atenção ao amadurecimento precoce, à antecipação da menarca e à primeira ejaculação. Crianças de 10 anos em corpo de mulher ou homem, com mente infantil: “seu engenho desenvolveu-se primeiro e a alma depois”.

PPCAAM, PPSC e ETC são programas tipicamente demagogos, populistas e paliativos: agem topicamente nas folhas das conseqüências, sem findar o mal pela raiz das causas. Marca registrada da solucionática tupiniquim, proveniente dos desmandos das classes políticas multipartidárias, pós-Figueiredo. Depois dos Constituintes, pouco se salva. Porque ninguém quer transformar.

Um pé de milho leva cinco meses para sua colheita. Dourado tem hoje o seu milhão e meio, conquistado em menos de 3 meses. A debulha, acontece na consciência dos seus espectadores. Estes, adolescentes que desconhecem a própria réia cerebral, principalmente porque os meios de comunicação não cumprem sua função, ou seja, não atendem aos “princípios...da preferência e finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas...do respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família”.

A espiadinha certa é nos integrantes do Congresso Nacional, eleitos para serem os representantes do povo brasileiro. Eles, os quais certamente têm parentes adolescentes. Mas parece que a realidade não os atinge. Omissos, conservadores, reacionários, desejam apenasmente manter seu status quo, botando direta ou indiretamente no anulus do povo.

Mas Pedro B. não tem culpa. Seu passado como correspondente internacional de guerra não implica em que ele precise ainda hoje ir à luta. Agora é relaxar. E gozar da cara dos fãs. Dourado menos ainda, não tem dolo algum. Até deu pena do moço. Virei crocodilo e soltei uma lágrima, mas foi de pena do “Brazil”, que não conhece o Brasil.

Estes, são apenas superveniências de um país sem história. Uma história que os adolescentes relutam em conhecer, pois não se propõe a construir, portanto estamos todos fadados a revivê-la, no mínimo até o BBB 11.

Num bar soturno, de sandálias e meias brancas, B. profetiza:

-”Estaremos de volta!”

Em minha casa, eu desligo o computador, fecho a Constituição e vou deitar. Penso de que cor será o ano que vem. Antes de dormir, refletir um pouco mais sobre as adolescentes que estão sob minha responsabilidade: é a verdadeira batalha entre o meu diálogo e o discurso deles. Eu, mais um dos que “não estão ligados”...

- A chuva que hoje cai sobre Curitiba, não vem do céu, e sim do coração dos curitibanos e paranaenses. Um gaúcho por todos nós adotado, legítimo bicho do Paraná, deu uma rasteira na sobrevida e “foi cantar n’outro lugar”. Minha singela homenagem a um cidadão: Ivo Rodrigues. Este sim um verdadeiro ídolo, que deixa mais do que músicas: verdadeiras obras. Foi blindar numa de suas tantas nortes, pois ele faz parte do vento. A todos nós, meus sentimentos.

Para mim, sua pérola mais brilhante, a qual me reluz desde a minha adolescência – a qual não foi perfeita, mas foi minha:

Se eu Tivesse
Blindagem
Composição: Ivo Rodrigues


‘Quando a noite chega
E as estrelas lembram o teu olhar
São as luzes dos meus sonhos
Que voltam a esvoaçar / bis
Se eu tivesse o teu olhar
Poderia ver a luz
E nada mais faria
Só pra ti vivia
Mesmo que o mundo pare
De girar
Quando a noite chega
E as estrelas lembram o teu olhar
São as luzes dos meus sonhos
Que voltam a esvoaçar / bis
Se eu tivesse o teu olhar
Poderia ver a luz
E nada mais faria
Só pra ti vivia
Mesmo que o mundo pare
De girar’]

Um comentário:

  1. complicado mas profundo. Que saudade dos tempos do IVO....ainda prefiro ser Bicho do Paraná a gato global de Ipanema.

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Posso não publicar, baseado nas regras de civilidade que prezo. Obrigado.