O mau exemplo dos militares
Mas nem só de bons exemplos vivem os encarregados de cumprir a lei e defender o nome dos EUA no exterior.
Os casos de matança de civis nas guerras ultramarinas são amplamente conhecidos e confirmados pelos documentos
revelados pelo Wikileaks. Mas se faltava uma pesquisa séria sobre o assunto, agora não falta mais.
Pesquisadores britânicos e suiços fizeram meticulosa investigação sobre as mortes no Iraque entre 2003 e 2008
e concluiram que aproximadamente 92.600 civis foram mortos em incidentes com armas de fogo disparadas pelas
forças da coalizão comandadas pelos Estados Unidos. O estudo confirma que morreram mais civis, principalmente
mulheres e crianças, do que insurgentes.
Mas além de matar inocentes, os militares americanos fazem vítimas também entre seus camaradas.
Esta semana, quatorze veteranos americanos que se dizem vítimas de abusos e violações sexuais acusaram
o Pentágono de ignorar suas queixas. São doze mulheres e dois homens que servem ainda ou serviram nas
forças armadas que estão abrindo uma ação legal contra o governo americano, responsabilizando-o pelos abusos
e violações sofridas.
Uma das mulheres conta que foi violentada por dois colegas que gravaram o ataque e fizeram circular
o vídeo pela base onde serviam. Ela levou o caso ao seu comandante que arquivou a reclamação.
Outra revela que foi violentada pelo seu oficial imediatamente superior que a ameaçou de morte se ela
divulgasse o acontecido.
As vítimas acusam diretamente o secretário da Defesa, Robert Gates, e seu antecessor no
governo Bush, Donald Rumsfeld, de não tomarem as devidas providências para proteger as mulheres militares.
A relação homem/mulher nas forças armadas americanas é tão sensível que, somente em 2009,
foram reportados 3.200 casos de ataques sexuais contra mulheres nas bases militares dos EUA em todo mundo.
Por motivos óbvios, apenas um quarto deles foi adiante, mesmo assim os menos graves, que resultaram em
absolvições ou advertências.
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