Sou de 'esquerda', o que gera uma outra discussão. Ainda existe 'esquerda' e ' direita'?
Enquanto houver pessoas que pensem 'coletivo' e as que pensem 'próprio umbigo', existirá, nesta ordem, 'esquerda' e 'direita', com toda a precariedade que as relações humanas guardam, antropologicamente falando, e me situo, e explico onde me situo, para defender a minha idéia a respeito daquele tópico primeiro que me levou à estas mal traçadas.
Todos deveríamos saber, que, seja o Estado ou a Iniciativa Privada, a comandar um negócio qualquer, o sucesso nos resultados, tanto para quem gere, como para quem usufrui de um determinado serviço, guarda muito a ver com uma honestidade civilizada, ao menos, que permita que todos, aparentemente, saiam ganhando, ou então, minimamente satisfeitos com o "negócio".
Qualidade do produto (seja qual for o serviço prestado), presteza no atendimento (seja inicial ou nas reclamações), cobranças compatíveis com o serviço prestado, bilateralidade efetiva no relacionamento 'empresa-cliente' e poderia elencar várias outras situações que envolvem este relacionamento, mas estas aí já me parecem traduzir o básico do básico, para que se crie uma coisa chamada 'credibilidade', normalmente acompanhada daquela 'satisfação mínima' de que falo ali prá trás.
Mas desde que o dinheiro foi inventado, ("um valor padronizado pelo Estado coube aos gregos do século VII a.C. "Foi uma invenção revolucionária. Ela facilitou o acesso das camadas mais pobres às riquezas, o acúmulo de dinheiro e a coleta de impostos – coisas muito difíceis de fazer quando os valores eram contados em bois ou imóveis", afirma a arqueóloga Maria Beatriz Florenzano, da Universidade de São Paulo (USP)."), muita "água rolou por baixo dessa ponte" e o que vamos observando ao longo dos séculos, é uma ganância deslumbrada, tomando conta das cabecinhas reprimidas de pessoas doentias, que através do poder pelo dinheiro, teem criado toda a desgraça, ou sua maioria, que acontece no planeta.
Hoje, o "fio de Ariadne", para resolver tanta desigualdade gerada por essa ganância, parece haver se perdido, tal a maneira que ficou incrustrada na civilização planetária, esteja-se em que lado se esteja. Não se lhe acha mais a ponta, na prática!
O que tem conseguido aliviar a hecatombe total, é justamente o Estado, este "maldito" dos neoliberais, maiores representantes na Terra do 'capitalismo', este que "desvairou-se" lá da idéia inicial grega, que tentava emprestar uma organização econômica às sociedades, de maneira civilizada.
Aqui surge um outro problema! A constituição deste Estado, tanto propriamente dita, a lei!, quanto sobre quem o governa, quem lhe faz oposição e o quanto de democracia efetiva existe neste Estado!
Para ficarmos no 'aqui-agora', que isto é um post e não um tratado, aqui no Brasil, vamos construindo uma democracia, "com toda a precariedade, etc", e temos nos saído razoavelmente bem. Não vou nem me estender sobre "quem fez o que" nestes "500 e poucos anos" de história, (meramente para não suscitar polêmica, fora a que o texto, democraticamente, venha a produzir!), mas vejo evolução!
Aparentemente, pelo que se vê nas vida das pessoas, nas oportunidades e na inclusão, que vão aumentando, na solidez atual da economia, na diminuição do "risco país", nas reservas financeiras, apesar da dívida interna absurda, nas quebras sistemáticas positivas de vários índices, apesar de tudo de miserável que ainda se sofre(mos), vamos em um bom momento, mas apenas fazemos parte de um contexto maior, onde a maior potência vai mal, o que pode fazer tudo mudar, na busca pela resolução dos problemas causados pela livre iniciativa e o livre mercado, que neste país, nesta maior potência (Estado), encontram apoio para "agir" ao "bel prazer" e também para cobrir-lhes os rombos.
É o Estado do "laissez faire", que por 'traquinagens' da livre iniciativa, do livre mercado (que meninos adoráveis, não? Só queriam ficar "ziliardários"", lindinhos!!), acaba tendo que tirar da sociedade, para salvar a pele de todos(?). Pelo menos, este "todos" (é o que vendem, embora esqueçam de dizer que "todos", estavam lá, "quietinhos"!), estavam levando suas "vidinhas" e não tinham nada a ver com "isso"!
Ou seja, dois Estados que apesar da temporalidade, gerem seus cidadãos de modo diferente e com resultados diferentes. Um, onde o Estado tenta civilizar as relações, baseados em uma maior igualdade entre os indivíduos, à léguas de qualquer idéía comunista clássica mais premente, outro, fazendo "vistas grossas" à incivilidade do capitalismo que se pratica de maneira cada vez mais selvagem, nos países neoliberais, sendo, talvez (sic), seu maior propulsor.
Claro que os EUA tem história, tem um desenvolvimento científico e tecnológico importante, forjado em sua maioria pelo seu afã bélico, de dominação, de competitividade, etc, mas que vem se traduzindo em um desastre histórico, como 'civilização', um desastre de civilidade, com aumento da pobreza, apresentando a maior população carcerária do mundo [o que diz muito do resultado de toda sua história democrática(?)], que é traduzida por uma mão frouxa do Estado que beneficia uma parcela desprezível da população e que depois, "clama" pela maior parte da mesma, para a resolução de problemas que por ela não foram criados.
Claro que o Brasil, por conta de séculos de má gestão, (de novo não vou elencar, nem nomear, pois tento ser o mais técnico possível, eu disse possível! e não vamos esquecer que é uma visão leiga sobre tecnicalidades!!), de uma maneira ou de outra, vai tentando civilizar as relações e não coincidentemente, vai tendo sucesso em sua maneira de gerir.
Vale lembrar que essa é uma realidade não aplicável somente ao Brasil e aos EUA, basta que abramos os periódicos mundiais, especializados ou não, que por mais tendenciosos que costumem ser (pois servem, ordinariamente, à livre iniciativa), não conseguem esconder sobre o que vem dando certo e o que vem fracassando de maneira retumbante, perniciosa e metastática no planeta, a quem "segue o mestre".
Estado, ou livre iniciativa?
Uma mescla civilizada?
O que é a 'verdade'?
Decifra-me ou te devoro...
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